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Blog do Roberto Avallone

Seleção: frustração. Palmeiras: mistérios. Cruyff: eterno

Roberto Avallone

26/03/2016 04h13

Foto: AFP

Foto: AFP

1-  A sensação que se teve era de que o Brasil iria golear o Uruguai, pois seu começo foi fulminante: gol logo aos 40 segundos (Douglas Costa, depois de jogada de Willian), quase gol de Neymar logo em seguida, bola nas redes através de Renato Augusto, depois de belíssimo drible de corpo de Renato Augusto sobre o goleiro Muslera. 2 a 0!

Só que a frustração começou a ser desenhada no primeiro gol uruguaio (Cavani), após dupla falha da defesa brasileira, Felipe Luís e David Luiz, o primeiro por não cortar a bola aérea, o segundo por não bloquear o arremate fatal do uruguaio. E terminou no empate de 2 a 2,. gol do artilheiro Suarez, aos 3 minutos do segundo tempo, etapa em que o Brasil iria ser dominado pelo adversário e que só não perdeu porque Allison defendeu um outro chute de Suárez, quando a derrota parecia decretada.

Resumo da ópera: o Brasil até que foi bem do meio-campo para a frente, mas muito mal na defesa, motivo suficiente para passar de goleada em frustração, com o Uruguai estando em segundo lugar na tabela e o Brasil ficar em terceiro, com os mesmos (8 ) de Argentina e Paraguai, levando vantagem apenas no saldo de gols. Outro destaque negativo foi Neymar, autor de apenas uma grande jogada- a que quase deu em gol, no primeiro tempo-, muito pouco para seu decantado futebol. E ainda, de quebra, Neymar levou o cartão amarelo que o tirará da Seleção na partida frente ao Paraguai, na terça-feira.

Frustrante.

Foto: Arte/Montagem

Foto: Arte/Montagem

2- Não creio que a tragédia maior irá acontecer, o rebaixamento. Mas o Palmeiras, matematicamente, corre um certo risco de queda, pois neste ano caem 6 clubes e muitas equipes estão muito próximas quanto aos pontos, o que por si só já é motivo de preocupação para os palestrinos que andam vendo seu time jogar de mal a pior- sofreu diante do Red Bull sua terceira derrota consecutiva- acumulando o que parecia impossível no final do ano passado, quando conquistou a Copa do Brasil: de oito jogos como mandante ganhou apenas dois.

De quem é a culpa, agora? Vendo o resultado, em campo, tem-se a impressão de que o time foi mal treinado por um bom tempo e que o novo técnico, Cuca, não conseguiu o impacto suficiente para evitar tão mau inicio. E já se comenta que não foram boas as contratações do ano (quem se destaca?), além de existirem os crônicos problemas de contusão (Cleiton Xavier, Fellype Gabriel, por exemplo) que afligem o numeroso elenco. Já se questiona a qualidade desse elenco que é grande, sim, mas em quantidade.

Ainda acredito que o Palmeiras se encontre, que dê liga, que até dispute títulos. Mas que há muitos mistérios a serem desvendados, ah, isso quem há de contestar?

Foto: Arquivo pessoal

Foto: Arquivo pessoal

3- Falo atrasado da morte de Johan Cruyff, eu sei. Mas prefiro falar de sua importância para o futebol, o homem que em 1974 comandou o Carrossel Holandês (que inventou ao lado do técnico Rinus Mitchels, um professor de filosofia) ao qual se deu o nome de futebol total, com a ocupação dos espaços) e que até agora é a síntese do futebol moderno.

Além de extremamente habilidoso, Cruyff foi um goleador e um estrategista dentro das quatro linhas. Deve-se a ele a formação do novo Barcelona, o do toque de bola e marcação em bloco, virtudes muito bem aproveitadas pór Guardiola, seu ex-jogador. Entrevistei o gênio em castelhano- ele falava vários idiomas- e vi, com surpresa, um homem romântico e realista sobre futebol. Fã de Pelé, Cruyff me disse: "Quando jogo a 100 por cento, não jogo metade do que fazia Pelé".

Mas nem o Rei enxergava tanto a estratégia da bola quanto o holandês.

Que Deus o tenha.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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