Palmeiras, a vitória que lavou a alma e humilhou o São Paulo
Confesso que fiquei impressionado: em um dos camarotes do Allians Parque, alugado pela empresa de um amigo, parecia que eu estava vendo um desenho animado (a atuação do Palmeiras que na primeira meia hora lembrava a seleção holandesa dos velhos tempos), onde o São Paulo dava a impressão de ser uma frágil figura, derrotada desde o primeiro minuto de jogo.
Tanto que ao final da partida, quase em voz baixa, como em um lamento, o técnico tricolor, Muricy Ramalho falava como se não tivesse mais jeito: "Nós temos bons jogadores, não temos? Mas falar duramente, não adiantou. Jogar bem, a gente não joga faz tempo… Não é só questão de perder, é de não jogar bem.".
O que sobra, então Muricy? Se não basta se enérgico e se está difícil apontar uma solução para ressurgir o futebol de Ganso, Pato, Alan Kardec, etc., entendi bem o recado e desânimo do técnico? Ou ele apenas minimizou com essas palavras, o "baile" que levou do Palmeiras, superior de ponta a ponta, desfilando talentos (pelo menos nesta noite de quarta-feira) como Rafael Marques- autor de dois gols, em minha opinião o melhor em campo- o notável Zé Roberto, o hábil Dudu, o ótimo Arouca, o autor do golaço da noite, Robinho, e quase o time inteiro. O time do Palmeiras que, aliás, poderia ter enfiado quatro ou cinco gols, tantas foram as oportunidades desperdiçadas.
Ah, mas o São Paulo terminou o jogo com 9 jogadores. Sim, pois Rafael Tolói atingiu Dudu (quando o jogo estava 1 a 0) e Michel Bastos foi expulso no fim da partida, que já estava decidida.
Foi uma noite para o palmeirense não esquecer- de alegria, pois há treze meses não vencia um clássico (por coincidência contra o tricolor, 2 a 0), o que o incomodava. E foi uma noite para a torcida do São Paulo não esquecer, talvez por vergonha do "baile" que seu time levou. E pela estatística que, neste ano, o time disputou quatro clássicos-, perdendo três e só empatando com o Santos.
Sinal de alerta.
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