O Palmeiras é um time triste. E Gareca também tem culpa
Desde o começo do jogo, já se percebia de que nada adiantariam aquelas mais de 30 mil vozes apoiando o Palmeiras no Pacaembu. Ao invés de alegria, insinuava-se tristeza naquele apoio entre ingênuo ou inútil: o Inter era mais time, o Palmeiras chegava a ser inofensivo (o goleiro Dida não fez sequer uma defesa importante) e, pior do que isso, mostrava-se uma equipe mal escalada e mal dirigida, sem padrão tático e sem nenhuma jogada ensaiada.
Falando assim até parece que foi goleada. Não no placar, que ficou no 1 a 0 (gol de Jorge Henrique, depois de atraso de Fábio na saída da meta), mas no conjunto do jogo, onde só o Inter soube rolar a bola, quanto o Palmeiras corria, corria… Era uma diferença brutal de categoria.
Vencer era preciso, claro, Mas como? Sempre fui favorável à vinda de um técnico estrangeiro (Jorge Sampaolli, da Seleção do Chile, era o meu preferido) e confesso que a figura de Ricardo Gareca, treinador tão respeitado na Argentina, insinuava-se como talhada para o sucesso. Mas, pelo menos até, agora, enganei-me: não vejo o Palmeiras protegido na defesa e em bem armado no meio do campo, assim como ataque carece de jogadas estudadas e de colocações apropriadas.
Pergunto: qual é a posição do jovem Allione, 19 anos, liso e hábil, mas que se perde ao longo do jogo? Se for para ficar ali escondido pela direita, limitado a uma faixa de campo, ah, sinto muito, mas pouco perigo irá oferecer ao adversário. Este é só um exemplo, pois não deu muito para entender no jogo contra o Inter qual era função exata dos jogadores: terão sido bem orientados por Gareca ou o idioma ainda atrapalha?
Já não cravo mais que Gareca dure muito tempo. Até torço para que ele reaja. Mas que dá pena ver toda aquela torcida cantando, na vã ilusão de ver algo que lembrasse as histórias e as glórias do Centenário. Só que, dos tempos de glória, nem futebol. Apenas tristeza, muita tristeza.
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