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Blog do Roberto Avallone

O Santos tornou triste a estreia de Gareca no Palmeiras. Corinthians, momentos fulminantes. E mais: Gilmar, Cruzeiro...

Roberto Avallone

18/07/2014 01h44

1- O contraste das imagens era evidente: de um lado, Oswaldo de Oliveira abrindo os braços e festejando com ímpeto juvenil o sucesso dos Meninos da Vila; do outro lado, calado, jeitão de desanimado, o estreante da noite, o técnico argentino Ricardo Gareca, que acusava o golpe da amarga derrota por 2 a 0, gols de Bruno Uvini e Alison.

Quanto ao Santos, mesmo sem ter feito uma grande partida (e nem precisou) digo que a vitória foi mais do que justa, pois foi o time que desde o início procurou o ataque, buscou o gol. Quanto ao Palmeiras– meu Deus!-, uma exibição que só pode ser classificada de pífia, defensiva, escancarando os males que a cúpula do futebol- sei lá se Paulo Nobre, se Brunoro- causou com a terrível falta de planejamento e de ação nos 45 dias que se teve até a volta ao Campeonato Brasileiro; com que então, o melhor jogador do time, Valdivia, foi negociado (o que já se sabia que poderia acontecer), sem a devida reposição? E Alan Kardec foi embora para o São Paulo por uma diferença mínima entre o que tinha sido acordado com o jogador e o que se decidiu pagar também sem outro centroavante à altura (não viria Lucas Pratto?), embora Henrique tenha cacoete para bom reserva? E o lateral-direito continua sendo Wendell, volante improvisado?

Ora, nesse caso, que San Gennaro tenha piedade de Gareca. Com carências assim, nem Guardiola daria um jeito… Até Wesley, que foi o capitão do time contra o Santos, reconhece o enfraquecimento da equipe com a perda de jogadores, mantendo o discurso politicamente correto, como o próprio Gareca, de que "a diretoria está atrás".

Logo o Palmeiras, que já foi uma escola de dirigentes, que não precisava correr atrás, pois estava sempre à frente, cultivando o hábito de montar equipes para brigar pelos títulos dos campeonatos que disputava. Tanto que é chamado "Campeão do Século" passado: pois neste século as coisas mudaram, já aconteceram dois rebaixamentos (em 2002, cuja presidência era de Mustafá Contursi, e em 2012, na gestão de Arnaldo Tirone, o filho) e foram raros os momentos de brilho.

Sem patrocínio máster, sob a arbitragem na disputa com a construtora da Arena (quando fica pronta, afinal?), com o time tão carente de reforços que custam a chegar, em décimo segundo lugar no Campeonato Brasileiro, efetivamente o Palmeiras não vive dias felizes.

E é ano do Centenário.

2- Por ter sido no mesmo horário do clássico paulista, vi apenas os melhores momentos de Corinthians 2, Inter 1. Mas deu para sentir que houve momentos fulminantes por parte dos corintianos, como, por exemplo. Os primeiros minutos do jogo: aos 7 minutos, Guerrero recebeu de Jadson e finalizou com sucesso; aos 9 minutos, o lateral-direito Fagner, escorou com êxito, o centro da esquerda, provando o quanto o Corinthians estava no ataque, marcando o segundo gol.

E depois, deduzo, o Corinthians apenas manteve o controle da partida, sem chance para os gaúchos. E sofreu o gol do Inter (Luís Carlos Winck) já no final, sem nada que ameaçasse os três pontos conquistados.

E para fazer ainda maior a festa do Corinthians, leio que 32 mil pessoas estiveram na Arena mesmo com preços salgados e em horário de rush. Dupla vitória corintiana.

3- Já falei em uma matéria aqui no UOL o que penso da escolha de Gilmar Rinaldi como coordenador de todas as nossas seleções. Resumindo, aqui: trata-se de uma grande incógnita, só terá valor mesmo se Gilmar de fato abandonou a carreira de empresário de jogadores (caso contrário, haveria conflito de interesses) e repito que preferiria Leonardo (ex- Milan e PSG) na função. Tenho a impressão que mudarão os nomes, mas que será o chamado mais do mesmo, sem nenhum tipo de inovação no futebol que foi humilhado na Copa do Mundo.

4- Não poderia deixar de citar neste blog a regularidade do Cruzeiro: atual campeão brasileiro é também o atual líder da competição, voltando a vencer nesta quinta-feira à noite no Mineirão. Desta vez a vítima foi o Vitória, vencido por 3 a 1, em prova que o campeão tem fome e elenco para repetir a dose do ano passado, quando beliscou o caneco.

Não sei qual é o segredo, mas o Cruzeiro é um exemplo de como cuidar de seu time de futebol.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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