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Blog do Roberto Avallone

Contar com jogador do rival é a nova moda do Mercado da Bola?

Roberto Avallone

26/03/2014 02h10

A bola da vez agora é Wesley, que poderia sair do Palmeiras e ir para o São Paulo. Detalhe: se for no ano que vem, a partir de fevereiro, de graça. Normalmente, seria uma especulação a mais, pois não há confirmação oficial; hoje, no entanto, diante das circunstâncias, com o profissionalismo a todo vapor, a notícia não causaria nenhum espanto.

Depois da troca entre Corinthians e São Paulo, com Pato indo para o Morumbi- e ainda com metade do salário pago- e Jadson tornando-se o maestro corintiano, tudo ficou mais ameno, a rivalidade jogada para escanteio, um novo marco no futebol. Quem há de se espantar?

Daí surgem notícias como o suposto desejo do Corinthians por Alan Kardec, ídolo do Palmeiras, que são encaradas com naturalidade, ainda que não passem de especulações ou sejam embrionárias. Ah, o caso de Paulo Henrique Ganso do Santos para o São Paulo ainda que aqui tenha sido pago a multa- ou quase toda ela- em sinal de que os rivais podem conviver apesar dos negócios.

Em outros tempos, meu Deus! E não estou aqui fazendo a apologia do passado ou da lei do passe. Apenas relembro, em pitadinha histórica, que manter os principais jogadores era quase um dever dos clubes.

Se fosse para rival, então, nem pensar.

Foram vários os casos, sim. A História registra com espanto a saída de Zizinho do Flamengo para o Bangu (na época time de muito dinheiro), às vésperas da Copa do Mundo de 50, em transação que espantou o meio do futebol; já veterano, aos 36 anos, Jair Rosa Pinto trocou o Palmeiras pelo Santos; Claudio Cristóvão Pinho, beirando os 40 anos, saiu do Corinthians (depois de ser técnico por um ano) para jogar a sua última temporada pelo São Paulo; O grande goleiro Gylmar foi negociado pelo Corinthians para o Santos, em 1961, assim como Pagão, brilhante atacante do Santos foi desfilar sua arte no São Paulo.

Logo, existiam casos. Mas eram raros e aconteciam ou por divergências entre clube jogador, coisa assim. Mas não eram naturais.

Lembro também que Casagrande foi emprestado pelo Corinthians ao São Paulo, em 1984, onde fez furor ao lado de Careca, mesma trajetória de Mirandinha, centroavante corintiano que fez sucesso no Morumbi e foi até para a Copa do Mundo na Alemanha, em 1974, e continuou jogando bem até fraturar a perna em um jogo contra o América, em Rio Preto.

Agora trocar de rival pode estar virando moda. Nada tenho nada contra. Apenas relato as curiosidades.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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