Os milagres de Prass e a arte de golear do Santos
1- Ah, pelas bolas que defende seria mais adequado chamar Fernando Prass de Mestre ou, como a garotada gosta, mais de Monstro das redes? Sei lá, seja qual for o nome escolhido o que se tem certeza é a de que, no momento, nenhum outro goleiro do Brasil está melhor do que o milagreiro palmeirense, guardião do gol.
Já tinha sido assim em várias outras ocasiões e voltou ser no jogo em que o Palmeiras venceu a Portuguesa por 1 a 0 (gol de Juninho, em cobrança de falta ensaiada com Wesley) e assegurou a sua classificação para o mata-mata do Campeonato Paulista, em primeiro lugar de seu grupo.
Entre as grandes defesas de Prass, a que mais impressionou foi no segundo tempo quando, já dentro da área, o atacante Leandro acertou um chute que parecia indefensável; talvez até fosse, mas não para Fernando Prass, que no puro reflexo, defendeu com a ponta dos dedos, a bola foi ao travessão e voltou. Houve uma outra em que Prass- à maneira de Gordon Banks, o inglês que defendeu uma cabeçada de Pelé para o chão, em cima da linha- jogou-se na grama, na risca do gol, para evitar o empate.
Fernando Prass, 35 anos, nota 10!
A Portuguesa foi valente, quase empatou a partida, mas o Palmeiras teve também lá as suas chances de fazer gols, pecando, no entanto, nas finalizações. Foi até um clássico bem movimentado, agitado, e que merecia um público maior desse que compareceu ao Pacaembu, inferior a dez mil pagantes.
2- Dá gosto ver esse Santos jogar: atrevido, ofensivo, sempre em busca do gol, arrasou o Mogi Mirim em seus próprios domínios, ganhando de 5 a 2. Gols de todas as maneiras, com autores variados: Émerson, Leandro Damião, Rildo, Arouca (em voleio que mais lembrou uma bicicleta), Lucas Lima- todos estufaram as redes, numa espécie de solidariedade do gol.
Pela quarta vez neste Campeonato Paulista- e uma delas foi contra o Corinthians, ocasionando aquela crise toda-, o Santos venceu uma partida marcando cinco gols, tornando-se, disparado, o melhor ataque da competição. Aliás, revivendo uma vocação ofensiva que sempre teve, até mesmo antes de Pelé, questão de estilo de jogo ou de estado de espírito.
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