O alerta de Valdivia. E o reserva Ganso
1- Entre uma ou outra declaração após o jogo em que o Botafogo de Ribeirão Preto acabou facilmente com a invencibilidade do Palmeiras (3 a 1), Valdivia surpreendeu: "Vou ter de falar: perder agora pode nos fazer bem". Como nada mais falou sobre as razões do benefício- e nem lhe foi perguntado, pelo menos que se tenha visto e ouvido pela tevê- dá margem a interpretação e dedução:
a) Teria El Mago alertado sobre o estado de espírito atual da equipe, que talvez pudesse estar confiante além da conta, iludida pelos resultados que nos últimos jogos não refletiram a realidade? Sei lá. Sei que o Palmeiras vem caindo de produção há algumas partidas, salvo muitas vezes pelo goleiro Fernando Prass, aconteceu diante do XV de Piracicaba, do Corinthians, do Ituano… Ah, aí veio o Botafogo, e mesmo com o desconto de amargar sérios desfalques, o Palmeiras levou um baile no primeiro tempo, contou com a atuação horrível de Willian Matheus- e pronto: lá se foi a invencibilidade de 9 jogos e a liderança geral do Campeonato, agora nas mãos do Santos.
b) Ainda na base da dedução sobre o alerta e sem que Valdivia tenha falado nada sobre isso, pergunto: é possível um candidato (que parecia o favorito) ao título jogar com esse Willian Matheus na lateral-esquerda, Eguren como volante (não marca, não dribla, não lança, não chuta) ou esse jovem Miguel como centroavante? Ou ter apenas Wendel, esforçado e limitado como lateral-direito? Pode ser falta de percepção do técnico Gilson Kleina, pode ter havido erro de planejamento.
c) Já saindo do alerta de Valdivia e partindo para o futuro, minha opinião: o Palmeiras só terá chances reais se jogar completo e no limite, sem o direito de poupar Wesley, aproveitando Valdivia ao máximo, formando a dupla ofensiva com Leandro e Alan Kardec (que não puderam enfrentar o Botafogo, é verdade) e desculpando a falha de Bruno César que foi expulso, pois ele tem bola para fazer parte do time.
d) Isso para o Campeonato Paulista. Para o Brasileiro, ah, para o Brasileiro será preciso qualificar bem mais o time.
2- Sacado do time, Paulo Henrique Ganso curtiu o banco de reservas do São Paulo até os 30 minutos do segundo tempo no clássico contra seu ex-time, o Santos. Ao ser perguntado sobre o assunto, o técnico Muricy Ramalho foi econômico nas palavras: "Foi opção do treinador".
A cena seria inimaginável há algum tempo, quando Ganso desfilava seu talento, com dribles secos, lançamentos perfeitos, gols memoráveis. E logo agora que Jadson saiu (e fazendo sucesso no Corinthians) e Ganso ganhou a camisa 10, ele nega fogo? Creio não ser nada definitivo, mas o conceito de Ganso não bate mais com o futebol moderno: acabou a era daquele meia-armador que aparecia de vez em quando, com um lançamento perfeito e uma outra jogada decisiva- como outros craques que tivemos.
Hoje, não: além do talento, o jogador precisa se movimentar o tempo inteiro, chamar o jogo, participar da marcação, ser presente. Se Ganso entender isso, terá recuperação, caso contrário, será muito difícil.
Quanto ao clássico, até que foi movimentado, o São Paulo com mais posse de bola, o Santos respondendo como podia. O placar de 0 a 0 não fez justiça ao que se viu no Morumbi, com as equipes merecendo balançar as redes e agitar as torcidas.
Não, não foi um placar justo.
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