Sem saída
Movidos, talvez, por resquícios do romantismo transmitido por outras gerações, torcedores do Botafogo ficaram indignados com a saída de Vitinho para o russo CSKA. Logo agora que o menino tinha se transformado em sensação do time e do futebol brasileiro, aos 19 anos e pronto para fazer história no clube que já teve Mané Garrincha?
Ah, como isso pode acontecer?
Pode, sim. Primeiro porque os russos estão pagando a multa rescisória, cumprindo, então, o que estava no contrato. E depois, pelo que leio e pelo desabafo da namorada do jogador via rede social, Vitinho não se interessou nenhum pouco em fazer a tal história ou, principalmente em ter aumentos sobre o salário (de 35 mil) que recebia diante dos 500 mil mensais oferecidos pelo CSKA- aliás, o mesmo clube que já teve, por muito tempo, Vagner Love.
Qual o que!
E Vitinho está errado?
O que poderia, então, ter feito o velho Bota, mergulhado em dívidas, apesar do esforço em manter a sua revelação?
Nada.
O torcedor ainda não se acostumou aos novos tempos. A gente entende. Vejo entrevistas de meninos que, ao contrário de outras épocas, quando se declarava o sonho de jogar por um grande clube brasileiro, antes de chegarem a eles já falam das potências do Exterior com a intimidade de quem cultivou esses planos desde recém-nascidos.
É lá fora que eles irão ganhar a grana que por aqui não há. Há um abismo financeiro entre o futebol do Exterior e o brasileiro e nem precisa ser mais um Barcelona, um Real Madrid ou similares. Qualquer um que chegar e pagar leva o garoto. A vã esperança dos clubes, os sonhos dos torcedores, o tal negócio de "fazer história"…
Tudo conversa fiada. Coisa do século passado.
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