Da eliminação ao futuro da Seleção Brasileira
Pode não ter deixado as feridas da goleada para os alemães, há quatro anos , por 7 a 1. Mas teve o mesmo gosto amargo da derrota para a França em 2006, 1 a 0, para a Holanda em 2010, 2 a 1, pois perder para a Belgica, 2 a 1, neste sexta, teve as mesmas consequências desses outros insucessos, que são as sempre indesejáveis distâncias da conquista de uma Copa do Mundo.
Copa que não vem para a Seleção Brasileira desde 2002, quando encantamos o mundo com Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho e Rivaldo, trio ofensivo que dificilmente era parado, sob o comando de Felipão, num misto de felicidade tática e de precisão nos arremates.
De lá para cá- já são 16 anos- o que aconteceu? Perdemos a mão, trocando nosso estilo e nosso poder de arremate para os europeus- França, Holanda, Alemanha e Bégica- que a cada quatro anos nos vencem nos eliminam e nos afastam da Taça que, por um certo momento de ilusão, imaginou-se sempre tão próxima que parecia eternamente nossa?
Pois, desta vez, a Bélgica nos mandou de volta para casa, com todos os méritos:jogou melhor, embora finalizasse menos, teve jogadores como Hazard, Lukaku e De Bruyne que funcionaram contra o insucesso de promessas como Gabriel Jesus, Paulinho, Fernandinho (Casemiro fez muita falta) e até mesmo Neymar, autor de algumas- mas poucas- jogadas, este muito longe de repetir a atuação contra o México ou de se insinuar como candidato a melhor jogador do mundo em momento decisivo.
Não se pode queixar de esforço, do honesto suór na camisa, pos esforço e suór os jogadores brasileiros sempre tiveram, do começo ao fim do jogo. Não perdemos por falta de respeito à camisa, isso não; perdemos em função dos erros nos passes, na imprecisão dos arremates, na perícia que parece ter ficado no passado. Mais uma vez, o futebol brasileiro não foi o futebol brasileiro.
E até que no segundo tempo- com as entradas de Firmino, Douglas Costa e Renato Augusto- a Seleção de Tite melhorou, fez o seu gol (Renato Augusto, de cabeça) e andou flertando com o empate, quem sabe com a prorrogação ou com a decisão por pênaltis. Mas uma defesa espetacular de Courtois, o goleiro -gigante de 1 metro e 99, após chute de Neymar, da entrada da área, acabou com todas as ilusões.
Só nos restava a volta para a casa e. com certeza, já começávamos a pensar no futuro da Seleção Brasileira. Pelo trabalho exaustivo e pelos números apresentados- em 26 jogos, 2o vitórias, 4 empates e 2 derrotas, com 55 gols a favor e 8 contra- é provável que Tite continue à frente da equipe. Essa é a tendência, segundo os rumores nos bastidores da Seleção, embora Tite nada tenha acertado oficialmente.
A tendência é que fique.Tendência, claro, não significa certeza. A permanência de Tite não me parece nada injusta, afinal ele fez respeitada uma Seleção que, nas Eliminatórias, parecia alquebrada e seriamente arriscada de não ir para a Copa da Rússia.
Pois os números, acima já apresentados, foram muito bons. Falta apenas – e não é pouco- redescobrir o jeitinho brasileiro de jogar nos momentos decisivos, pois que esse é o desafio maior para qualquer técnico que venha treinar a Seleção.
Quem sabe, com mais tempo, Tite possa redescobrir esse jeitinho que o tempo, há 16 anos, nos levou?
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