O mais caro futebol do mundo

Não sei se chega ser exatamente o mais caro futebol do mundo, mas pelo menos está a caminho: segundo pesquisa, esta decisão da Copa do Brasil entre Atlético Mineiro e Cruzeiro- que se inicia nesta quarta-feira- terá o preço médio do ingresso superior ao do jogo Real Madrid e Barcelona que tinha milhões de euros espalhados em campo como Cristiano Ronaldo, Messi, James Rodriguez, Neymar, etc.

Claro que a paixão pelo clube se equipara ao prazer de ver craques milionários como os que jogam na Espanha. Também é sabido que os espanhóis vivem grande crise financeira, mas, mesmo assim, acredito que seu poder aquisitivo seja, em média, maior do que o nosso.

E o que isso sugere? Sugere que até com a ajuda das Arenas está se mudando o perfil do brasileiro nos estádios. Com mais conforto, mais requinte, coisa e tal, o preço do ingresso está indo lá em cima (O Corinthians, por exemplo, arrecadou quase 2 milhões de reais com público de pouco mais de 30 mil pagantes), mais ou menos também o que vai acontecer na inauguração oficial do Allianz Parque, o estádio do Palmeiras. E, repetindo, o que se verá nos dois jogos entre Galo e Cruzeiro, o de agora, no Estádio Independência, e o de quinze dias após, no Mineirão. Reconheçamos que o futebol, hoje, é um esporte muito caro e que há necessidade de receita gorda para mantê-lo. Tudo bem. O que não me impede de ficar saudoso de estádios maiores, que tinha ingresso caro em lugares nobres, mas também ingresso para os menos abonados. Era o jogo de todos.

Mera questão de nostalgia e vontade de que tosos possam ir aos estádios. Reconheçamos, também, que parte dessa mudança- e da culpa- também se deve à fatia dos maus torcedores, que mais ligavam para a briga e para a violência do que para o jogo, afastando os mais pacíficos dos campos. Sempre acreditando na impunidade.

Pois agora aí estão os preços. De uma certa maneira como forma de castigo. Ou o amigo não pensa assim?