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Blog do Roberto Avallone

Palmeiras, o sábio temor de Casagrande

Roberto Avallone

24/09/2014 00h26

Creio que de todos os temores revelados pelo Palmeiras nas últimas horas, o mais agudo (sábio) foi o de Casagrande, no programa Arena SporTV. Talvez, com mil perdões, porque bata com o meu, que cultivo há algum tempo. Em resumo, Casão- de quem gosto muito- disse que até mais do que escapar do rebaixamento- que seria o terceiro em 14 anos- o Palmeiras deveria se preocupar em não se transformar em "timinho", desses que sobem e descem. De divisão em divisão.

Logo ele, Palmeiras, o Gigante e Campeão do século passado.

O Corinthians já foi rebaixado, sim, mas uma única vez, em 2007. Depois, se encheu de brios, voltou logo em seguida, contratou Ronaldo Fenômeno e, mais tarde, ganhou a Taça Libertadores da América, o título de campeão do mundo entre os clubes. Quer dizer: aprendeu- e como!- a lição.

Assim, o rebaixamento corintiano passou como uma fase, ao contrário do Palmeiras que já vive um longo estágio neste século. O Corinthians não virou "timinho". E assim como a maioria dos grandes clubes do Brasil- à exceção do Vasco- de um jeito ou de outro-, ah, esses clubes dão um jeito e levam à sério a definição de Sandro Rosell (sem entrar no mérito de suas gestões) sobre o que é fundamental: "Não se pode, jamais, esquecer do time".

O pensamento pode ser repetitivo, eu sei, mas o assunto que espanta no momento é a transformação do Palmeiras de gigante em motivo de chacota ou piedade do torcedores rivais. E para se sair bem nessas duas missões quase impossíveis- evitar o rebaixamento e não virar "timinho"- por que os cartolas palmeirenses não decretam uma trégua nas brigas politicas e dão de ombros a velhas lideranças que não vêm surtindo efeito positivo? Ora, deem-se as mãos, como antes comam a pizza da paz após saudáveis discussões, unam-se para captar recursos financeiros (unidos, não seria mais fácil?) e montar um belo time, aproveitando também os meninos da base (aliás, por que não joga Gabriel Fernando, o menino de 17 anos e dos 31 gols?), pois é impossível hoje, a contratação de 11 ou 15 craques no Mercado.

Trata-se de uma escolha: a união pela sobrevivência do clube grande ou a dor das lembranças dos tempos de glória, que, só por eles, não se sustentam mais. Creio que ninguém vive só de histórias, por mais belas que sejam.

O torcedor do Palmeiras deve gritar "Avanti Palestra!". Ou deveria se preocupar mais com o Adeus?

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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