A demissão de Luxemburgo. E o momento dos técnicos
Foi a típica crônica da demissão anunciada: quem acompanha o noticiário da imprensa gaúcha não se surpreendeu com a queda de Vanderlei Luxemburgo pelo Grêmio, clube que lhe deu um elenco renomado e não recebeu em troca um título sequer. A situação estava crítica.
E o que acontece com Luxemburgo, o Estrategista, que há pelo menos cinco anos não encaixa um grande trabalho, embora cultive sempre a fama de vencedor e de mestre na arte de armar times poderosos? Isso aconteceu, sim, mas no passado, pois cinco anos significam muito tempo para que se conseguisse a chamada volta por cima.
Não vivo o dia-a-dia de Luxemburgo e tenho apenas como referência para analisar o seu último trabalho à frente do Grêmio. Pelo que foi apresentado, é visível que o futebol exibido pela equipe dá a impressão de um time sem alma, c om jogadores fora de posição, como no caso de Barcos que virou muito mais um garçom a servir os companheiros do que o homem de área, matador implacável dos tempos do Palmeiras.
O mar virou sertão e o sertão virou mar.
O futebol é cíclico, já se sabe. E, dentro desse contexto, o treinador– por melhor que seja o seu currículo- precisa acompanhar as mudanças e novidades táticas para não perder o bonde da História. Não se via um futebol compacto, de ocupar os espaços, no time de Luxemburgo.
Assim como Monstro Sagrado dos gramados, o argentino Carlos Bianchi, tem encontrado sérias dificuldades para levantar o Boca Juniors, penúltimo colocado do campeonato da Argentina, sempre baseado no veterano Riquleme– o astro que não consegue driblar a veteranice e as eternas lesões.
Teria sido o mesmo que aconteceu com Muricy Ramalho no Santos?
Trata-se, no mínimo, de um sinal de alerta: até os grandes precisam, sempre, de uma reciclagem.
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