Uma linda História do Futebol
Roberto Avallone
29/07/2014 01h10
Há dois anos, fui conhecer a bela Firenze. Sob um sol de 40 graus, era agradável esconder-se no restaurante do tradicional Hotel Bodoni, durante o longo café da manhã, onde eram servidos café, leite e vários tipos de frios. Os italianos, em sua maioria, eram silenciosos.
Puxei assunto com um garçom de uns 80 anos, mais sorridente do que os outros. E perguntei:
– O senhor viu jogar o Julinho?
– Sim, vi– respondeu, emocionado. Penso que era de outro planeta.
Julinho não só jogou como foi campeão pela Fiorentina (temporada de1955/56) e foi ídolo por onde passou- pela Portuguesa, pelo Palmeiras- onde encerrou a carreira-, com brilhante participação pela Seleção Paulista e pela Seleção Brasileira, sendo que com a "amarelinha" foi considerado o melhor ponta-direita do mundo pela atuação na Copa do Mundo da Suíça, em 1954.
Era um ponta-direita veloz, driblador e artilheiro, aproveitando-se bem também da estatura, 1 metro e 80, para fazer gols de cabeça. Era um fenômeno! Um dos meus ídolos no futebol. Certa vez, o técnico Vicente Feola, que admirava demais o seu futebol, me disse: "O Julinho era melhor do que o Garrincha".
Não sei se chegava a tanto, pois se Julinho teve uma carreira mais regular, ao longo daqueles quatro aos- 1958 e 1962- Mané Garrincha foi genial, infernal, decisivo para as conquistas do Brasil, incomparável. Assim, cada coisa em seu lugar.
Mas Julinho foi grande, imenso como falam os italianos, e leva o seu nome a Taça que Palmeiras e Fiorentina disputarão nesta quarta-feira, no Pacaembu. Taça Júlio Botelho, um Mestre infelizmente já falecido, em janeiro de 2003, aos 73 anos.
Pois nesta noite de quarta, teremos uma Taça cujo nome vale mais do que o jogo. E as lembranças do personagem estarão bem vivas em nossas memórias. E em nossos corações.
Sobre o Autor
Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.