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Vexames: depois de Guardiola, José Mourinho. E lições até para a Seleção Brasileira

Roberto Avallone

30/04/2014 18h46

Foto: AP

1- A semana foi trágica para os "Magos" do futebol, Pep Guardiola e José Mourinho. Nesta quarta-feira foi a vez do milionário Chelsea de Mourinho ser eliminado da Champions League, ao perder em casa- e sem jogar nada- para o heroico Atlético de Madri, por 3 a 1. E de virada.

Como se sabe, um dia antes, jogando em Munique o poderoso Bayern de Guardiola foi humilhado pelo Real Madrid, que o goleou por 4 a 0, debochando da posse de bola do adversário e fazendo prevalecer a explosão no contra-ataque, tendo em Cristiano Ronaldo um verdadeiro inferno para os inimigos.

Ah, futebol é assim mesmo, poderão dizer os mais simplistas. Não, não é bem assim. Muitas lições podem ser tiradas do fracasso dos times dirigidos pelos técnicos mais badalados do mundo, Guardiola e Mourinho. No caso do português, agora um especialista em armar retrancas (arrancou um empate de 0 a 0 contra o Atlético, em Madri, em jogo feio de assustar), nota-se nele, sabe-se lá a razão, dificuldades em armar uma equipe ofensiva, talvez em de veteranos atacantes- por ele avalizados-, em franca decadência como Samuel Eto'o e Fernando Torres. E isso é pecado mortal.

Foto: AP

No caso de Guardiola, o fracasso foi ainda mais sintomático: pode significar o fim do famoso tic- tac (toque de bola para lá e para cá), que pode garantir bem maior posse de bola às equipes, mas que sem um aríete decisivo (como quando Messi estava em forma, por exemplo) torna-se maneira de jogar inofensiva e até cansativa por sua incansável repetição. Não só o Bayern sucumbiu com esse estilo de jogo, o Barcelona (com Messi em má fase) também.

Logo, não é mera coincidência.

Dinâmico como nenhum outro esporte em suas variações, o futebol oferece a quem o estuda (no caso, técnicos e jogadores atentos) o antídoto a qualquer esquema tático que se repete. É cíclico. E hoje, os vencedores quando no ataque procuram um estilo vitorioso de há 50 anos: o do Santos de Pelé, que além do Rei, tinha a velocidade de Dorval e Pepe e o oportunismo de Coutinho.

É alegre volta ao passado. Que nunca esteve tão presente.

2- Se futebol é momento, Felipão que se cuide: Oscar não está jogando nem no Chelsea, Ramires e Willian não demonstram porte para jogar na Seleção Brasileira, Paulinho patina no Tottenham, Luiz Gustavo está no modesto Wolsksburg, o goleiro Júlio César no incipiente futebol do Canadá.

E são nomes certos na lista pra a Copa do Mundo?

Enquanto isso, Felipe Luís (lateral-esquerdo do Atlético de Madri) está melhor do que todos os concorrentes na posição, assim como Philipe Coutinho é o grande ídolo do Liverpool, sério candidato ao título inglês da temporada. Eles não mereceriam uma chance, já que, repito, futebol é momento?

Creio que seria bom Felipão rever os seus conceitos. Ainda há tempo.

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Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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