Luciano do Valle, o adeus a um Grande
Roberto Avallone
19/04/2014 19h22
Como todos, lamento muito a morte de Luciano do Valle. Um dos maiores locutores do esporte (levantou o vôlei, inclusive) de todos os tempos. Isso todo o mundo já sabe.
Gostaria de falar, no entanto, mais do companheiro que encontrei na Band. Embora não fosse cotidiana a nossa convivência, jamais o vi posar de ídolo contra quem quer que seja e comigo, em especial, emprestou-me até a sala que usava eventualmente, através do Zeca, nosso amigo em comum.
Pelo que conheci, tratava-se de homem generoso, mais do que fiel a seus amigos. Sofria e lutava por eles, quando preciso. Voltando a mim, muito antes da Band, quando eu estava em outra emissora (Gazeta) e comandava um debate esportivo que começava a ser relevante aos domingo à noite, eis que uma outra emissora, poderosa, decidiu lançar um programa semelhante, no mesmo horário.
E numa tarde, lá pelas duas meia ou três horas, recebo um telefonema. Não me lembro de que já tivesse falado com o Luciano. Mas era ele:
– Avallone, aqui é o Luciano .
Estranhei, fiquei segundos em silêncio. E fui em frente:
– Fala, Luciano…
– Negócio é o seguinte; estou sabendo da concorrência que vai acontecer. E por gostar muito de seu trabalho, quero oferecer o meu cast inteiro se você quiser aproveitar.
Claro que queria, só fiquei agradecido. E surpreso com a atitude de quem pouco conhecia pessoalmente, apenas pelo show de suas transmissões. E em reunião com meu chefe da época-eu era gerente de esportes, ele superintendente de programação-, o competente e ousado Marcos Amazonas, escolhemos Maguila (na época, no auge) para enfrentar a concorrência.
E vencemos.
Graças também ao inesquecível Luciano do Valle. Que era generoso com todo o mundo.
Que Deus o tenha.
Sobre o Autor
Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.