Que venha o Senhor Árbitro de Vídeo. Para o papo ser gostoso
Confesso que, no começo, achei a idéia chata.Com que então, o jogo seria parado várias vezes e o senhor do espetáculo seria o árbitro de vídeo, compensando com imagens o que os olhos, dentro de campo, não podem detectar com segurança?
Mudei de opinião. São tantas as polêmicas a cada jogo- e estou, por enquanto, me referindo ao futebol brasileiro- que se torna fundamental, com máxima urgência, tal árbitro de vídeo(VAR) para que se volte a falar do drible, do gol bonito, da defesa espetacular- e não apenas, como tem acontecido neste período pré- Copa do Mundo,do gol bem ou mal anulado, do pênalti ignorado. E muitas vezes sem culpa da arbitragem, muitas vezes por questão de interpretação ou de limites da percepção humana, pois nem mais o atento olhar pode competir com a força das imagens.
Neste domingo, por exemplo, na rodada do Campeonato Brasileiro o tititi estava pleno:
a) Em Belo Horizonte, o Atlético Mineiro venceu o Corinthians por 1 a 0, dois gols de Roger Guedes. Como? Sim, pois o primeiro foi anulado, depois de o árbitro consultar seu auxiliar e ouvir que, antes da conclusão de Guedes, a bola tocara no braço de Ricardo Oliveira;o segundo, marcado por Roger Guedes aos 41 minutos do segundo tempo, valeu, Mas também foi lance contestado. Na opinião de um ex-árbitro, hoje comentarista de tevê, o primeiro gol de Guedes(o que não valeu) foi legal: já o segundo, teria sido irregular.
Pode ser uma questão de interpretação. Não estou querendo fazer nenhum tipo de julgamento aqui, apenas reconhecendo e clamando pelo árbitro de vídeo.
b) Em São Paulo, na Arena do Palmeiras, com público de quase 31 mil pagantes, a Chapecoense armou uma senhora retranca para enfrentar os palmeirenses que vinham de épica vitória sobre o Boca, na Bombonera. Pode ser impressão, mas pareceu-me um Palmeiras sem punch, sem a força e a velocidade necessárias para furar a defesa adversária e aproveitar as chances de gol.
Mesmo assim, o Palmeiras poderia ter saído vencedor, pois, já nos acréscimos da partida, o zagueiro Antonio Carlos cabeceou para as redes, após centro de Dudu.No entanto, o gol foi legal. A olho nu, porém, achei que estava mesmo impedido. Mudei de opinião depois de ver e rever o lance, detectando que o pé de um jogador da Chape, postado mais pela direita da área, tinha o pé na mesma linha do corpo de Antonio Carlos.
Assim, o gol foi mal anulado. Mas já era tarde demais.
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