A heroica virada do Palmeiras. E depois, o perigo de uma tragédia
1- Há viradas e viradas. Esta do Palmeiras, em Montevidéu, diante do Peñarol creio que mereça ser classificada de heroica, espetacular ou épica- a escolher. E surpreendente.
Surpreendente porque o Palmeiras foi do inferno de um primeiro tempo em que não chutou uma bola ao gol uruguaio e deixou o campo perdendo por 2 a 0, ao céu da etapa final, quando jogou um grande futebol, virou a partida para 3 a 2 ( dois gols de Willian e um de Mina- este de cabeça, como se fora um centroavante), com três assistências de um lateral-direito, Jean, que vinha sendo contestado. Ah, era para ter sido 4 a 2, não tivesse Roger Guedes desperdiçado gol feito, quase debaixo da linha fatal, em oura assistência de Jean.
Claro, que não foi milagre, a mudança não surgiu por acaso. Acontece que não deu certo a formação do primeiro tempo, com três zagueiros, pouca gente no meio-campo e Borja mais uma vez isolado, à frente. Foi um desastre. Mas o técnico Eduardo Baptista corrigiu o que havia de errado taticamente, sacando Egídio e Vitor Hugo, recuando Michel Bastos para a lateral-esquerda e promovendo as entrada de Willian (autor de dois gols, sendo o primeiro um golaço) e Tchê- Tchê (que não vinha bem, por estar recuado e que agora entrou com mais liberdade, na dele, melhorando).
Com isso, a equipe se ajustou, e dominou o Peñarol, que pareceu desesperado a virada e com a eliminação tão próxima. Logo ele, Peñarol, que já conquistou cinco libertadores e agora é lanterna de seu grupo.
Não vi violência em campo durante o jogo. Mas, depois, meu Deus! A pancadaria estava para começar…
2- A pancadaria só vi depois de começada e com as imagens recuperadas. Vi Prass cercado por uruguaios (teria ido defender Felipe Melo), vi Felipe Melo ser perseguido e reagir com um soco, vi depois o mesmo Felipe ser encurralado no que parecia ser a porta do vestiário. Temi por sua sorte e sei lá o que teria acontecido aos jogadores se não agissem com eficiência os seguranças do Palmeiras, poisa Segurança do estádio era pequena quase inexistente.
Não vou me alongar em cenas que não vi, valendo-me apenas das manchas avermelhadas no rosto de Willian e nas declarações de Jean: "Sobrou pra todo mundo. Levei uma que não sei de onde veio!, já que não presenciei outros lances- a não ser a tentativa de briga dos torcedores que, felizmente, estavam separados por uma grade.
Mas o que pude notar me levou a reflexões: não pode ser assim a Libertadores, como seria bom se ao invés desse dito espírito guerreiro (confundido com violência) tivéssemos algo parecido com a Champions League- onde se ganha e se perde no campo, sem exibições de MMA.
Cenas como a que foram vistas são capazes de deixar em segundo plano até o bom futebol exibido. O que não é justo.
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