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Blog do Roberto Avallone

Seleção, o legado da inédita medalha de ouro

Roberto Avallone

20/08/2016 22h54

Foto: Roberto Castro

Foto: Roberto Castro

E o Brasil é medalha de ouro! Medalha de ouro no futebol, façanha inédita ao longo de sua História Olímpica, ao superar na final a Alemanha, na decisão por pênaltis (5 a 4), depois do empate de 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação. Foi suado, sofrido, chorado até. Mas valeu. E como valeu!

Antes de falar do jogo em si e dos destaques, que tal partirmos para o futuro, analisando o legado que nos deixou essa conquista? Em minha opinião, aconteceu o resgate do estilo brasileiro de jogar, um futebol ofensivo, com atacantes, ainda que estes tivessem de acrescentar a esse estilo o hábito de ajudar na marcação, de serem os primeiros defensores no duelo com os zagueiros inimigos. É o manual do futebol moderno.

E, nesse ponto, falo do técnico Rogério Micale, que teve a personalidade- quando criticado pelo início ruim com os empates diante da África do Sul e Iraque- de não só manter os três atacantes (Neymar, Gabigol e Gabriel Jesus)- como, ao contrário, adicionar mais um, Luan, melhorando o jogo da Seleção. Claro que esses atacantes tiveram a incumbência de também defender ainda mais, como foi o caso de Gabriel Jesus, deslocado para a ponta-esquerda e sempre de olho no lateral adversário. Micale, nesse ponto, repito, revelou-se.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Impossível também deixar de falar de Neymar, o capitão do time, que se multiplicou em campo, sendo atacante e líder ao mesmo tempo, tornando-se o artilheiro da equipe, 4 gols, dois deles marcados em cobranças de falta (inclusive, o gol do Brasil na final) um de pênalti e o outro revelando extrema bravura dividindo a bola com o zagueiro e, depois, com o goleiro de Honduras. Foi, sem dúvida, com sobras, o Neymar esperado. Talvez o principal responsável por ter o Brasil conquistado sua primeira medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, já que tinha ganho medalha de prata em Los Angeles (1984), em Seul (88) e Londres (2012). Tivemos outros vários destaques, entre eles o senhor do meio-campo, Renato Augusto.

Quanto ao jogo da final, a Seleção Brasileira teve lampejos, mas não uma atuação das melhores. É verdade que a Alemanha foi um páreo duríssimo, chutou duas bolas em nosso travessão e soube como marcar atacantes como Gabigol, Gabriel Jesus e Neymar. Pareceu-me, também, que nossos atacantes estavam afobados, talvez nervosos e sentindo o peso de uma final histórica. Pareceu-me, eu disse.

Foto: Getty images

Foto: Getty images

Assim, coube a Neymar fazer a diferença. Primeiro, por ter sido extremamente competente no gol que fez, em cobrança de falta perfeita, a uns 3 metros da entrada da área, batendo, de curva, no alto do gol alemão, com a bola batendo no lado interno do travessão e entrando. Depois, ao tentar seus dribles e executar, com perfeição lançamentos de 20 e 30 metros. Não esquecer também a segura atuação de Renato Augusto e a defesa na decisão por pênaltis de Weverton, decisiva para, depois, Neymar bater o quinto pênalti e liquidar a fatura.

Agora, tão importante quanto a medalha, é explorar o legado. E saber que é possível jogar no ataque, com verdadeiros atacantes- com incumbência também de marcar- , exibir um futebol bonito e para a frente.Não foi essa a marca do futebol brasileiro dos bons tempos?

Foto: Reprodução

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Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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