Seleção, uma goleada para reanimar
Ah, esta goleada foi de reanimar, para dar a esperança ao que parecia perdida depois de duas péssimas partidas – empates sem gol – contra África do Sul e Iraque. Desta vez, foi diferente; não só pelo placar de 4 a 0- dois gols de Gabigol, um de Gabriel Jesus e o outro de Luan, como principalmente pelo futebol solidário, ofensivo e cheio de disposição da Seleção Brasileira Olímpica diante de uma Dinamarca atônita e sem reação. 4 a 0! E poderia ter sido mais.
O que mudou na Seleção neste jogo? Em primeiro lugar, a postura, pois não se viu clarões entre defesa, meio- campo e ataque como no começo da competição. Foi um time compacto, que ocupou os espaços e que também soube jogar "à brasileira", isto é, pelas pontas: assim atuou Luan, um dos destaques do time, misto de armador e de ponta-direita, cruzando para Gabriel Jesus fazer o segundo gol e ele mesmo, Luan, balançando as redes; pela esquerda, o lateral Douglas Santos fez as vezes do ponta canhoto, centrando, com sucesso, para os dois gols de Gabigol.
E o que mais? Bem, tivemos um Neymar diferente, jogando para o time, com a seriedade de um organizador de jogadas perto da área e com a liderança de orientar os mais jovens, sem ficar preocupado demais com o próprio brilho, trocando o individualismo pelo jogo coletivo; também tivemos um Renato Augusto como em seus melhores dias, a dominar o meio-campo e, de surpresa, surgir infiltrado na área, como um atacante; e Gabigol e Gabriel Jesus sempre à espreita do arremate fatal, oportunistas que são.
Mas o time inteiro foi bem, mesmo sem o destaque dos acima citados. Quer dizer: o Brasil jogou um futebol solidário e coletivo, achando, quem sabe, o seu melhor jeito de atuar, mesmo com quatro atacantes- Luan, Neymar, Gabigol e Gabriel Jesus-, atacantes que não guardavam posição fixa e se transformavam em defensores quando perdiam a bola.
Se jogar sempre assim, esta Seleção pode ir longe. Com firmeza, mas sem euforia, sem oba-oba, pois a caminhada pode ser longa e já no sábado à noite, tem a Colômbia pela frente.
Fica, pelo menos, a esperança de novas belas exibições.
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