Palmeiras, gols e amargura em uma só noite
O Palmeiras bateu o fraco River uruguaio por 4 a 0 (dois gols de Allione, um de Egidio e o outro de pênalti de Alecsandro) e saiu sob aplausos dos 30 mil torcedores que estavam no estádio. Foi uma festa?
Não, foi apenas o reconhecimento a um futebol que está crescendo sob a direção de Cuca. No fundo, a amargura foi maior do que a alegria da goleada, pois fora decretada a eliminação na Libertadores ainda na fase de grupos, antes do mata-mata: em Montevidéu, os reservas do Nacional foram derrotados pelo Rosario Central, por 2 a 0. O Nacional perdeu o primeiro lugar para o Rosario; o Palmeiras foi eliminado na primeira fase, o que não acontecia desde 1979.
Logo, não havia motivos para festa.
Motivos que, diga-se, foram dados pelo próprio Palmeiras também- e principalmente-, pela pífia campanha observada antes da chegada de Cuca, como a derrota em casa para o Nacional (que não é nenhum grande time), que atuou boa parte do tempo com dez jogadores: e também no empate contra esse fraco River agora goleado, 2 a 2, quando o Palmeiras estava por duas vezes na frente e não soube aproveitar a superioridade, mesmo fora de casa.
Assim, o Palmeiras pagou pelos seus próprios erros. O que fez depender de outro time na rodada final. Que, senhor de seus atos, já classificado pode jogar com seus principais jogadores ou poupá-los, como acabou fazendo.
Consolos? Sim, alguns: a goleada, as boas atuações de Allione e Egidio, a volta de Cleiton Xavier, a sensação de que o futebol está crescendo, as arestas aparadas com o patrocinador (também é importante), enfim esperanças que podem abafar a amargura.
Mas é preciso reconhecer que, apesar da quantidade enorme de jogadores no elenco, ainda faltam umas duas peças, nomes de peso, jogadores diferenciados para ajudar os que aí já estão na tentativa de disputar títulos importantes. Em minha opinião, um grande armador (mesmo com a volta de Cleiton Xavier) e um grande zagueiro.
Com eles, quem sabe a amargura seja trocada pela festa, pela alegria.
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