Tite, Cuca, Bauza: o jogo dos técnicos
Os três já ganharam a Libertadores: Tite, pelo Corinthians; Cuca, pelo Atlético Mineiro; Bauza pela equatoriana LDU e pelo time do Papa, o San Lorenzo. Eu disse ganharam? Sim, pois embora estes senhores não driblem e nem arrematem a gol, podem ajudar muito desde a escalação- escolher os melhores e os mais adequados- até a criação de jogadas e de como ocupar os espaços do campo.
Tite tem o hábito de compactar seus times- o que foi revelado ao futebol do mundo pela Holanda, desde a Copa do Mundo de 1974- e exigir de seus jogadores a máxima intensidade. Autor de um trabalho magnifico no ano passado, campeão brasileiro com sobras, viu-se atingido pelo desmanche da equipe logo no começo da temporada, mas com alguns reforços e promoções (o garoto Maycon, 18 anos, é um exemplo) vai tentando recompor o time, senão com a qualidade anterior, pelo menos com a boa postura em campo. Nesta noite de quarta-feira, enfrentará o Cerro Porteño, que venceu o Corinthians na semana passada e está um ponto à frente na classificação.
Como o jogo é na Arena corintiana, é provável que a liderança seja recuperada.
Virando o jogo, no Palmeiras Cuca terá mais um dia de espera para fazer a sua estreia. E logo contra o Nacional de Montevidéu, time sem grande brilho, mas que na semana passada em pleno Allianz Parque venceu o Palmeiras- mesmo com um jogador a menos- e derrubou o técnico Marcelo Oliveira. Cuca já está lutando, como de hábito: segundo os que viram o treino desta terça-feira, ele interferiu no posicionamento nas bolas paradas, nos contra-ataques, na cobrança dos laterais… Em tudo. Este é o Cuca que se espera: inquieto, dinâmico, exigente. Se vai conseguir reverter a situação no Uruguai, não sei; mas Cuca é o grande trunfo para fazer os jogadores estarem no máximo de suas possibilidades na quinta-feira. Dependerá deles, é certo.
E inda pela Libertadores, compondo o Trio de Ferro paulistano, encontramos Edigardo Bauza, o "Patón", às voltas com o seu São Paulo em busca de esperanças lá na Venezuela. A viagem foi dura, mais de 20 horas. Mas nada parece abalar Bauza, um ex- zagueiro artilheiro, homem do semblante fechado, mas que consegue se mover com cavalheirismo; seria melhor se os resultados ajudassem, o que não vem acontecendo, e "Patón" terá de se virar sem Calleeri, sem Michel Bastos, tendo apenas um único ponto ganho.
Pode ser nesta noite de quarta, Bauza, pode ser. Afinal de contas, a equipe do Trujillanos até agora não assustou ninguém. Assustaria alguém como Bauza, que já levantou por duas vezes o caneco da Libertadores?
Não creio.
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