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Blog do Roberto Avallone

O Palmeiras avança, o São Paulo cai outra vez. E o cruel Mercado da Bola

Roberto Avallone

02/07/2015 02h15

Foto: Fernando Dantas

Foto: Fernando Dantas

1- Como se fosse uma gangorra, Palmeiras e São Paulo vivem situações curiosas: há dez dias, mais ou menos, o São Paulo brigava pela liderança do Campeonato Brasileiro e o Palmeiras parecia estar de flerte com a zona do rebaixamento.

Depois das últimas rodadas, o panorama mudou, quase que se inverteu. Agora é o Palmeiras que insinua uma arrancada rumo a voos mais altos- o que ficou ainda mais claro depois de sua vitória desta quarta-feira, 2 a 0 (gols de Egídio e Cristaldo diante da Chapecoense)- e o São Paulo dá a impressão de estar à beira de uma queda livre com a derrota para o Atlético Paranaense (2 a 1), a dificuldade em acabar com o atraso nos direitos de imagem dos atletas, além de precisar vender jogadores para arrecadar dinheiro. Por exemplo, Souza vai para a Turquia.

Quanto ao jogo em si, o Palmeiras não foi brilhante como no domingo passado, quando goleou o tricolor. Mesmo assim, foi superior à Chapecoense, deu para o gasto e conquistou o que era mais importante em seu atual estágio: conquistou os três pontos, fundamentais para pular para a nona colocação e sonhar com colocações mais nobres. Seus destaques nessa partida foram o lateral-esquerdo Egídio (mais uma vez, o melhor em campo), o artilheiro Cristaldo (ótimo, em meia hora de jogo) e a torcida que, animada, significou quase 33 mil pagantes presentes ao Allianz Parque.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

Já o São Paulo, foi batido não com muita dificuldade pelo Furacão, que chegou a estabelecer dois gols de vantagem (Gustavo e Marcos Guilherme), mas diminuiu, através de Centurión, em lance de extrema infelicidade, que ao tentar sair jogando com os pés, errou e deixou a bola nos pés do atacante tricolor. 2 a 1.

Ao final do jogo, Rogério Ceni lamentou a fase do clube: "Entendemos a posição da diretoria, em busca de dinheiro. Mas gostaria de sermos entendidos também quando pensamos em título. Do jeito que está tantos jogadores saindo, fica difícil".

Quem sou eu para contestar o grande capitão, 25 anos de Morumbi?

Foto: Reprodução

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2- Considero cruel para o futebol brasileiro o atual Mercado da Bola. Cruel porque os clubes estão vendendo jogadores não por terem à frente um bom negócio, mas pela razão de estarem precisando de dinheiro. É só abrir em notícias e especulações dos últimos dias: Souza, que o técnico Osorio considerava um grande volante, está indo para o Fenerbahçe, da Turquia; o Corinthians, que já perdeu jogadores, vejam só, há quem diga que o goleiro Cássio pode seguir o mesmo destino; um dia antes, foi o presidente do Santos, Modesto Roma Filho, a anunciar que Robinho não ficará no Santos. E daí por diante.

Para os jogadores, até que o negócio não está ruim: Robinho, 31 anos, pode ganhar (é o que dizem) 41 milhões de reais na China, fortuna que, acredito, somada ao que ele já recebeu na carreira, dá para segurar várias de suas gerações. E mesmo com a Seleção em baixa, Miranda transferiu-se do Atlético de Madrid para a Inter de Milão, Firmino foi do Hoffehein para o Liverpool por 146 (!) milhões de reais, Douglas Costa custou mais de 100 milhões de reais para O Bayern.

Creio que todos eles saíram a preço módico do Brasil para os clubes que o revenderiam. Este é assunto para outra vez, mas, no fundo, também tem a ver alguns itens da Lei Pelé, que favoreceu jogadores e deu a força que era dos clubes para os empresários.

O meio- termo seria para todos, principalmente para os clubes que, sem forças para reagir, podem estar sendo empurrados para um caminho sem volta.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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