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Blog do Roberto Avallone

Santos, o desafiador campeão. Palmeiras, o que ainda falta...

Roberto Avallone

03/05/2015 22h38

Foto: Reuters

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1- A decisão do Campeonato Paulista foi por pênaltis, já se sabe. Depois de vencer no tempo regulamentar por 2 a 1  (gols de David Braz, Ricardo Oliveira e Lucas), o Santos foi mais feliz e mais competente nas cobranças, acertando quatro contra duas do adversário e nisso poderia se resumir a conquista (a de número 21) de mais um título estadual pelos santistas comandados por Robinho.

Mas isso seria simplista demais. Na verdade, puxando pela memória, diante das circunstâncias, o Santos disputou um Campeonato cheio de desafios e por essa razão surpreendente: venceu a etapa do atraso no pagamento dos salários, passou por cima pela perda de jogadores importantes (Arouca, Aranha, Leandro Damião, Mena) apostou em Ricardo Oliveira- 34 anos, artilheiro e considerado o melhor jogador do Campeonato-, venceu uma verdadeira prova de obstáculos.  Ainda teve como técnico nos momentos decisivos o novato Marcelo Fernandes, no lugar de Enderson Moreira.

E na decisão contra o Palmeiras- o primeiro jogo à parte, que deste falo depois- mostrou gana e confiança pela vitória, dominando o primeiro tempo, quando marcou seus dois gols, suportando a pressão do adversário no segundo tempo, quando levou um gol e teve de decidir nos pênaltis. Teve também, é inegável, aquele toque de sorte, esse ingrediente invisível que ajuda a fazer os campeões.

Santos, um campeão forte.

Foto: Reuters

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2- Já o Palmeiras- e isso escrevi há uma semana- venceu o primeiro jogo, mas teve um erro de Dudu que poderia lhe ser fatal. E foi mesmo: duvido que o Palmeiras perdesse esse título se Dudu (o mesmo que foi expulso neste domingo, junto com Geuvânio) tivesse convertido em gol o pênalti que desperdiçou. O jogo teria sido outro, o Palmeiras senhor de suas amplas possibilidades, jogando no contra-ataque, e o Santos ansioso para diminuir a desvantagem.

Bem, pênalti todo mundo é capaz de perder, até os alemães do poderoso Bayern de Munique perderam todas as cobranças contra o rival Borussia Dortmund. Mas o fato é que a vantagem pequena desorientou o Palmeiras no primeiro tempo, não sabia ao certo se atacava ou se defendia, num jogo morno que o fez sucumbir. Quem poderia guia-lo? Talvez Valdivia, mas o chileno estava apagado, dando a impressão de não estar em totais condições de jogo, uma caricatura daquele jogador bom de bola e de passes geniais.

Tanto que quando decidiu atacar, o Palmeiras dominou o Santos no segundo tempo, Valdivia até acertou um daqueles seus passes para o gol de Lucas e o empate só não veio porque Amaral se adiantou um pouco demais (estava impedido) para marcar o gol do empate e do título.

Veio a decisão por pênaltis e o Santos foi melhor do que o Palmeiras. Mais um ano de fila para os palmeirenses. O que falta a essa equipe? Questão de entrosamento à parte, para dizer na lata, falta no mínimo, para começar, um grande zagueiro- os que estão aí, de Vítor Ramos a Vítor Hugo, passando por Tobio, Jackson e outros são bons ou razoáveis, mas nenhum deles é grande; falta ter coragem de jogar em Valdivia, fazendo de Cleiton Xavier o verdadeiro meia-armador: e falta também mais um atacante, que infernize os zagueiros pelas beiradas do campo (não estou dizendo para tirar Dudu, habilidoso e recuperável) deixando o comando do ataque para Rafael Marques ou Leandro Pereira.

Creio que é bom a gerência do futebol se mexer logo e arrumar as peças que faltam. Sob pena de o Palmeiras estancar em suas próprias falhas e o encanto que tomou conta torcida se esvaziar mais uma vez. O Palmeiras não fez um papel feio, é verdade, recuperou-se em relação ao ano passado.

Mas isso ainda não lhe é suficiente.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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