Mistérios e memórias de uma grande decisão
1- Comecemos pelos mistérios: como nunca, Palmeiras e Santos decidiram não divulgar seus times até pouco antes de começarem a decisão, surgindo Valdivia como provável integrante ao menos do banco de reservas- ele treinou neste sábado e seria relacionado-, enquanto pelo lado santista a grande dúvida é se Robinho vai ou não superar lesão muscular. E ambos, Valdivia e Robinho, bem fisicamente, podem fazer a diferença.
Já aí começa o duelo sobre qual mistério é maior. O caso de Robinho parece mais eventual, ele vive um de seus raros momentos de contusão (coxa esquerda), enquanto o chileno cumpre velho ritual de lesões e ausências em jogos decisivos, sendo o de agora mais estranho: como o Palmeiras não se pronuncia oficialmente, são várias as versões sobre o que aconteceu com o chileno, que saiu de campo por cansaço contra o Corinthians, festejou muito após a classificação diante do arqui-inimigo e depois começou a semana com dores no joelho esquerdo: "Ele tinha um negocinho no joelho, sim, mas era uma coisinha de nada"- diz uma fonte próxima à Comissão Técnica do Palmeiras. M as nada oficial, preservando-se ao máximo o que teria na verdade acontecido ou não.
2- Quanto às memórias, em tempos em que não eram tão grandes os mistérios, pelo que se sabe só uma vez Palmeiras e Santos decidiram em mata-mata um título de campeão paulista. Foi pelo ano de 1959, em três partidas (disputadas em janeiro de 1960), no chamado Super- Super Campeonato Paulista, pois ao final dos pontos corridos, Palmeiras e Santos terminaram a disputa empatados (63 pontos) e disputaram a chamada "melhor de três".
Na primeira partida, em uma tarde de terça-feira, 5 de janeiro de 1960, um empate: 1 a 1, gols de Pelé para o Santos, Zequinha para o Palmeiras. Na quinta-feira, outro empate, 2 a 2, dois gols de Pepe- de pênalti- para o Santos, Chinesinho e Romeiro para o Palmeiras. E finalmente, a partida decisiva, numa tarde de domingo, 10 de janeiro de 1960, com o Santos fazendo voltar uma dupla importante que esteve de fora os dois primeiros jogos por contusão- Jair Rosa Pinto e Pagão- e o Palmeiras entrando com o atacante Nardo com funções mais cautelosas como a vigiar o meio- campo.
O Santos saiu na frente, com Pelé, aproveitando-se do passe de Pagão para chutar no canto esquerdo de Waldir Joaquim de Moraes. Só que o Palmeiras não se abalou e, aos 41 minutos, de pé esquerdo (que não era o seu forte), o grande Julinho chutou- depois de um bate- rebate na área- para empatar a partida. Como estava melhor no jogo, com bela atuação de Chinesinho, o Palmeiras iniciou com tudo o segundo tempo e chegou ao gol da vitória: foi em cobrança de falta, pela direita da meia-lua, com Romeiro batendo com a parte externa do pé e enfiando a bola no alto do gol de Laércio. Lá no gol da "Concha Acústica", onde hoje se situa a Tobogã.
O Palmeiras encerrava um período de 9 anos de fila. E o Santos continuaria a trilhar o caminho daquele que viria a ser o maior time do mundo.
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