Cristaldo, Robinho, Guerrero, Muricy: personagens da rodada
1– Cristaldo, autor dos dois gols, foi o herói do Palmeiras na vitória sobre o Penapolense. Fora de casa, por 2 a 0. Ele está em boa forma e mostra, a cada jogo, a sua principal característica: infiltra-se, com raça e velocidade, entre os zagueirões, aparecendo na frente do goleiro já pronto para finalizar.
Cristaldo tem um estilo diferente de jogar como centroavante, compensando a falta de estatura típica do homem de área, com aquela fome de gols demonstrada no Velez Sarsfield, no ucraniano Metalist (onde teve por companheiro Cleiton Xavier, a quem reencontrou agora, no Palmeiras), sempre balançando as redes.
E por que só agora volta a ser goleador? Bem, em primeiro lugar porque está em forma plena, confiante e recebendo bolas dos companheiros; depois, no quesito talvez mais importante, é que com Dorival Júnior, Cristaldo atuava aberto pelas pontas, tendo às vezes, de correr atrás dos laterais inimigos.
E esse jamais foi o seu jogo. Com Oswaldo Oliveira, Cristaldo decidiu agir de outra forma: conversou com o treinador e disse que não sabia muito jogar aberto, preferindo ser centroavante mesmo, perto da área, como sempre fizera. Simples, não?
Vem dando certo.
2- Quem viu a vitória do Santos sobre a Portuguesa, no Pacaembu, por 3 a 1, viu um espetáculo à parte: Robinho jogando como em seus tempos, driblando, pedalando à frente dos zagueiros, um terror. E, de quebra, foi o autor de dois gols, pelo menos um deles belíssimo, entrando em diagonal da esquerda para o meio e completando a jogada com um arremate perfeito, no canto direito do goleiro.
Robinho é o verdadeiro comandante desse Santos de campanha surpreendente, invicto, e que foi até superior ao São Paulo no clássico disputado na Vila Belmiro. Pouco se esperava do Santos, depois dos atrasos de pagamento e da perda de jogadores importantes (Arouca, Edu Dracena, Leandro Damião- que está indo muito bem no Cruzeiro- Mena, atc), em seu elenco.
Mas talvez o mais importante de todos tenha por lá continuado: Robinho, o que parece ter nascido para jogar no Santos.
3- Guerrero fica ou não no Corinthians? Esta novela ainda não terminou e pelo que se soube, a situação ficou no seguinte pé: é pegar ou largar, ou Guerrero aceita o que oferece o Corinthians (especula-se que 13 milhões de reais de luvas e 500 mil mensais de salários) ou bate o pé por aquilo que deseja (17 milhões de reais de luvas) e terá de procurar outro clube.
Por coincidência ou não, em meio a este impasse, Guerrero não vem sendo feliz; foi expulso no primeiro jogo da Libertadores (ou Pré) e pegou suspensão de três jogos no badalado torneio; não balançou mais as redes e neste domingo, em Itu saiu mancando de campo, aos 34 minutos da etapa final, alvo que foi das chuteiras adversárias. O conceito de sua atuação, no entanto, preocupa: andou bem armando as jogadas, mas não brilhou nem um pouquinho nas finalizações que, em princípio, deve ser sua principal missão.
Terá a ver sua atual fase com a novela do "fica- não fica"?
4- Muricy Ramalho desabafou após a goleada do São Paulo sobre o Audax- Osasco, por 4 a 0. Disse que sente movimentos para tirá-lo do cargo de técnico e se o quiserem fora do clube terão de manda-lo embora. Honesto, trabalhador e com currículo vitorioso, não creio que a história vá acabar assim.
Lembro, no entanto, que o técnico vive de resultados. Não me convencem as palavras de apoio eterno e nem me comovem as juras de amor, pois são os resultados, só eles, que podem garantir a sobrevivência.
No Campeonato Paulista, as coisas vão bem, embora o próprio Muricy tenha reconhecido que a equipe falhou no grande teste que teve contra o Santos. É na Libertadores, por enquanto, que o bicho pega, pois a derrota para o Corinthians, com aquele baile, teve o efeito quase de um nocaute.
Quase, eu disse, pois que agora, o São Paulo terá uruguaios e argentinos pela frente, jogos de ida e volta, até topar de novo com o Corinthians, desta vez no Morumbi.
Como acredito que os dois – São Paulo e Corinthians- irão se classificar, ainda há muito tempo para mais festejos do que desabafos.
E assim, Muricy, caminha o futebol.
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