Palmeiras: um domingo de tensão, mistério e reflexão
A impressão que se tem, mais de 30 mil ingressos antecipadamente, é a de que a torcida do Palmeiras prepara a celebração de uma grande conquista. Que irá ao seu novo estádio com prazer. Como nos tempos de glória.
Heroica torcida. Que, na verdade, vai a campo mesmo aflita. E não pelo prazer das épocas de Academia, mas por sentir-se obrigada neste difícil ano do Centenário, a gritar e ajudar o time para evitar o pior- o rebaixamento, que seria o terceiro em 12 anos, no mais pífio desempenho de quem já foi um grande Campeão:
"Vou lá, não aguentaria ficar em casa. Mas tenho medo"- disse-me um palestrino velho de guerra, que confessa estar preocupado com a lesão de Valdivia e nem um pouquinho animado com a história de que o Atlético Paranaense virá com uma equipe quase toda reserva, pois se lembra que o mesmo aconteceu na derrota para o Atlético Mineiro só com um (o goleiro Victor) como titular.
Outro palmeirense que conheço muito bem, também acostumado aos grandes times do Palmeiras que viu jogar, rechaça esse tipo de adrenalina. Em homenagem às conquistas: "Se o Palmeiras ganhar, vou festejar o que? Que escapou do rebaixamento?"- argumenta,
No fundo, este outro amigo também está nervoso.
É a tensão.
Tensão que os mistérios- Valdivia joga ou não? Como jogam os meninos do Atlético? Como se sairá o Santos contra o Vitória sem Robinho, Arouca e Mena (todos machucados)?- só fazem aumentar, pois a campanha do Palmeiras neste Campeonato é de assustar.
E vem a reflexão, diante de tantos sustos: mesmo que se salve da degola- e essa, em minha opinião, é a tendência-, é preciso rever conceitos e métodos, promover uma Cruzada para que o Palmeiras retome a sua condição de vencedor. Fazendo justiça à sua História. Como se fosse um perdão pelos últimos anos de insucessos e à aflição de um Centenário melancólico.
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