Palmeiras, um caso de estudo científico
Cerca de 100 torcedores foram para os lados de Cotia, região metropolitana de São Paulo, rodeando a casa do presidente do Palmeiras, Paulo Nobre. O protesto foi supostamente pacifico, pois se não houve violência física- felizmente o presidente palmeirense não estava em casa-, aconteceram xingamentos e ameaças que poderiam dar em revide, causando confronto.
Na verdade, não apenas os organizados do Palmeiras já dão demonstrações de profunda insatisfação com a situação do time no Campeonato Brasileiro: o torcedor comum do Palmeiras também anda de mau-humor, embora despreze agressão ou constrangimento, sendo ainda pior para aqueles que já viram um Palmeiras forte, vencedor, por vezes heroico, Campeão do Século (passado) e que agora acompanham neste século uma transformação incrível. Afinal de contas, em 14 anos foram dois rebaixamentos, campanhas medíocres, a possibilidade agora de uma terceira degola, humilhação constante, com exceção de um Campeonato Paulista (2008) e de uma Copa do Brasil (2012).
Muito pouco diante da história do Palestra que virou Palmeiras. Quais as causas deste apequenamento? Creio, na verdade, que se tata de uma somatória de coisas. Os grandes líderes do passado- Dante Del Manto, Mario Frugiuelle, Delfino Facchina, Pascoal Giuliano e outros- tinham a missão de consolidar a grandeza do clube fundado por italianos e que abria a porta a todos, contava também com a disposição de seus auxiliares que tinham devoção pelo futebol do clube. Se havia briga durante uma reunião, depois tudo "acabava em pizza"- que virou expressão popular, sempre em favor do bem comum: o Palmeiras.
Depois, penso, esse estado de espirito mudou lá pelo fim dos anos 70. Houve o episódio Sacomani, presidente deposto e o poder foi caminhando para outros métodos, não tão ousados como os líderes de antes. Ah, surgiu a Parmalat! E com ela uma fase de belos times, de vários títulos, um oásis dentro do horizonte do clube: se não fosse a Parmalat há quantos anos o Palmeiras estaria na fila?
Depois da saída da Parmalat, surgiu a politica do "bom e barato", a politica (que eu saiba não a expressão) criada por Mustafá Contursi, que até há pouco tempo parecia repetida na gestão Paulo Nobre. Não se sabe, desconfia-se, no entanto, que Nobre age por influência de Mustafá- ou então para agradar seu padrinho politico– embora possa ser mera coincidência. O atual presidente e seu fiel escudeiro (o diretor-executivo José Carlos Brunoro)- já disseram ou deixaram entender que isso é pela falta de dinheiro, pois as gestões passadas o deixaram apenas com uma parte do orçamento.
É possível.
Mas o que fazer agora? Agir é preciso, o não rebaixamento é mais importante do que a dívida, e sempre é bom relembrar o conselho de Sandro Rosell, ex- presidente do super- vencedor Barcelona: "Não se pode jamais esquecer do time".
Creio que Rosell tem razão, trata da matéria- prima do clube, a razão de ser da torcida. E um alerta: dono de grande torcida, ainda, o Palmeiras parece que está perdendo terreno ainda mais para seu rivais entre as crianças. Outro dia, um publicitário durante filmagem para um produto alimentício infantil, fez um teste e pediu para que levantasse a mão quem fosse torcedor do Palmeiras. Nenhum menino o fez.
É que meninos só torcem por um time vencedor…
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