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Blog do Roberto Avallone

Tititi: Aidar, da vitória ao tripúdio. E uma verdade sobre o inimigo

Roberto Avallone

29/04/2014 14h31

Foto: Felipe Raul

Foto: Felipe Raul

Comendo banana (supostamente em solidariedade ao caso de racismo sofrido por Daniel Alves). O novo presidente do São Paulo, Carlos Miguel Aidar, respondeu às acusações do presidente de seu coirmão (?). Palmeiras, mais ou menos como se esperava; "Juvenil", "Isso é choro, mas o choro é livre", coisa e tal, são algumas das frases pinçadas de seu discurso. Cometeu alguns erros também na arte de dissimular ao dizer que "Esperamos que o Kardec aceite nossa oferta", quando o pai do jogador já disse que deu a sua palavra.

Ah, não teve o comportamento de seu pai, Henry Aidar, por exemplo, que foi o artífice das contratações de Gérson, Toninho Guerreiro, Pedro Rocha, entre outros, jogadores bem mais renomados do que Alan Kardec, e jamais perdeu Henry a elegância ou se deixou vencer pelo deslumbramento.

Como? Se mudei de opinião? Não, ela continua a mesma: o culpado pelo desfecho desse caso foi o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, que, depois de o negócio acordado por seu executivo, não aceitou as condições por uma diferença mísera. Tanto que há hoje quem desconfie: estaria Nobre verdadeiramente disposto a fechar o negócio ou fazia o máximo para agradar o mais temido cardeal do Palmeiras, Mustafá Contursi, que poucos dias antes concedera uma entrevista dizendo ser contrário "pagar esse dinheiro por um jogador que estava encostado no Benfica?".

Mustafá ainda é poderoso cabo eleitoral (há eleição no Palmeiras neste ano) e tem forte influência no COF que aprova ou não as contas dos presidentes. Ficar bem com ele é bom negócio. Pois não?

Creio até que, mesmo com extrema cautela, Nobre queria contratar Kardec. Por ingenuidade e erro de cálculo, no entanto, perdeu o tempo certo do negócio-quando foi fechado por 220 mil reais, mais a produtividade  e, depois de o leite derramado, correu até casa dos Kardec, pai e filho, em Barra Mansa para tentar salvar o que já estava perdido.

Voltando a Aidar e suas farpas, o tópico mais constrangedor foi quando ele disse que "time grande briga para não perder seus principais jogadores" e que com essa atitude, "o Palmeiras que está se apequenando, mostra qual é o seu atual tamanho". Em outras palavras, entendo, quis dizer que hoje o Palmeiras é  time pequeno. Ou quase.

E por mais que doa a alma do palmeirense- imagine como seria na alma dos antepassados palestrinos, nesse ponto creio que Aidar atingiu o alvo, tocou na ferida, não mentiu: campeão do século passado (passado, repito), neste século o Palmeiras só vem colecionando fracassos- dois rebaixamentos para a Série B, um estádio novo que está sob arbitragem (quando ficará pronto, quanto trará de receita?), inexistência de patrocínio mesmo no ano do Centenário, principais jogadores perdidos (Barcos, Henrique, Alan Kardec), nenhuma perspectiva de liderança apta à reabilitação (Nobre foi a última decepção), torcida ameaçando abandonar o barco…

Só restou a história, gloriosa, dos tempos em que o Palmeiras era uma escola de dirigentes.

E Aidar, entre tantas lambanças em seu discurso, acertou no ponto que é mais dolorido, que será contestado por muitos: o Palmeiras está se apequenando, cada ano mais, em processo que temo ser irreversível. A torcida. grande, é a última esperança.

Mas Carlos Miguel não precisava tripudiar…

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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