Polêmicas, surpresas e desilusões nas finais pelo Brasil
1- Nas decisões pelo Brasil, pelo menos três lances chamaram a atenção e criaram polêmica. No jogo do Pacaembu, em jogo vencido pelo Santos, 1 a 0, mas título de campeão paulista levado pelo Ituano, 7 a 6 na decisão por pênaltis, existiu o pênalti sobre Cícero, convertido pelo zagueiro Alemão? Sim, existiu, embora de maneira desnecessária, pois o santista estava de costas para o gol. Só que, no entanto- e isso só pude ver no replay, em câmera lenta, Cícero voltava da posição de impedimento antes de ser derrubado. Lance, pois ilegal.
Na partida do Maracanã, em que o Flamengo levou o título de campeão carioca no último minuto, ao empatar com o Vasco por 1 a 1, o autor do gol flamenguista, Márcio Araújo, estava mais do que impedido ao empurrar a bola para as redes, aproveitando o rebote. Gol ilegal! Mas que valeu… Valeu também para Márcio Araújo, jogador às vezes detestado por vários torcedores do Palmeiras e que ganhou o que minha santa avó chamava de "Deus escreve certo por linhas tortas".
Azar do Vasco, mais uma vez vice.
E na decisão do Mineirão, título do Cruzeiro diante do 0 a 0 com o Atlético Mineiro, não posso precisar a olho a nu se Jô esteva mesmo com meia cabeça à frente do zagueiro, o que, creia, caracterizaria impedimento. Sei, sim, que Jô foi derrubado, em pênalti que o presidente do Galo, Alexandre Kalil, classificou de "Foi um escândalo, foi um escândalo". Fica a polêmica no ar.
2- Antes das surpresas. Começo pela desilusão do Santos, dono da melhor campanha do Campeonato, do ataque disparadamente o mais positivo- mas que conseguiu jogar muito pouco contra o Ituano nas duas partidas decisivas. E comparem à folha salarial do Santos com a do Ituano.
E sem que pareça ironia, por favor, mesmo assim faço questão dar meus parabéns aos santistas: é que neste 14 de abril o Santos completa 102 de gloriosa vida, de futebol ofensivo e ousou contrariar os maus presságios dos mais místicos, pois foi fundado no mesmo dia em o Titanic chocou-se contra um iceberg e, horas depois, no comecinho da madrugada do dia 15, afundou.
Deus nos livre!
Desilusão foi também do Vasco, que já perdeu a conta de quantas decisões perdeu, principalmente para o Flamengo (que vinha abalado pela eliminação na Libertadores), cultivando a fama atual (em outro tempos nunca foi assim) de eterno vice. Não menos desiludido terá ficado o gremista, embora seu clube vá bem na Libertadores: ah, perder as duas partidas finais para o Inter, segunda por 4 a 1 (4 a 1!) é motivo de dor de cabeça e para gozação inimiga no mínimo pela semana inteira.
3- Surpresas? Bem, surpresa maior não pode existir do que do Ituano, campeão paulista. É a segunda vez na História de que um time do Interior leva o título em confronto com um grande – a outra foi a Inter de Limeira frente ao Palmeiras, em 1986, pois quando o Bragantino (1990) e São Caetano (2004) venceram não tiveram de duelar com nenhum time grande.
O Ituano é um time maravilhoso? Em minha opinião, não, embora nele reconheça a campanha competente, o pequeno número de gols sofridos (11) e um sólido esquema defensivo. Ah, isso é verdade? Quanto às individualidades, no entanto, destacaria mais o goleiro Vagner, a interessante dupla de zaga formada por Alemão e Anderson Sales e, principalmente, com totais méritos, o técnico Doriva, ex-médio-volante, e que deu nó em muito técnico renomado por estes tempos.
Doriva, o herói do título.
E lá vai ele, se permanecer em Itu, a disputar a Série D do futebol brasileiro…
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