Os culpados pela tragédia do Palmeiras. E a decisão do Campeonato
1- Não me lembro exatamente do título e creio que o redator tenha sido o grande Otoniel Santos Pereira. Mas dizia mais ou menos assim: "Ar puro, muito verde, música suave. E você, morto". Tratava-se de reportagem sobre a inauguração de um novo cemitério.
Nada a ver, mas me veio à cabeça algo parecido com a tragédia do Palmeiras, eliminado em pleno Pacaembu pelo valente e modesto Ituano (folha de pagamento em torno dos 400 mil reais, equivalente ao que provavelmente deve receber um só astro palmeirense) da final do Campeonato Paulista no ano de seu Centenário: "Pacaembu lotado, entra em campo o Alviverde Imponente, torcida que canta e vibra- e o Palmeiras eliminado!"
Sei lá quais serão as consequências desse vexame. O presidente Paulo Nobre já disse que Gilson Kleina fica, mas e o ânimo da torcida? E o reflexo no programa de sócio- torcedor Avanti? E o prejuízo financeiro por não participar da decisão? E o sonho, até agora inatingível do patrocíno máster? Tudo isso é uma incógnita?
Perder, jogando bem, é uma coisa. Perder apenas por 1 a 0, é verdade, mas criando quase nada é outra. Logo vem à memória vexames históricos que, na vida desse Gigante Palmeiras, começaram a surgir dos anos ano para cá. Foi assim com o XV de Jaú (1985) Inter de Limeira, final de Campeonato Paulista!), Ferroviária de Araraquara (1990), Asa de Arapiraca (2002)… Na era Gilson Kleina, várias eliminações em mata-mata: Milionários, (em Bogotá), Tijuana (Taça Libertadores da América), Atlético Paranaense (Copa do Brasil, derrota de 3 a 0)
Será mera coincidência.
Culpados?
a) Entre eles, está o próprio Palmeiras, pois desde a saída da Parmalat para cá- exceção a um breve período de parceria com Traffic- jamais teve o poderio financeiro dos tempos de glória. Não conseguiu trazer, por exemplo um lateral- direito, simples assim, já que conta apenas com o improvisado Wendel e com Bruno Oliveira (que lida sempre com problemas físicos) para a posição. Contra o Ituano teve de jogar Tiago Alves, que não o melhor cacoete de lateral. Não havia outra saída? Lamentável!
b) Gilson Kleina: tem até as suas virtudes, pessoa simpática e com bom discernimento, mas não me parece talhado para jogos decisivos, pois pode parecer impressão minha, mas não vejo nos time que dirige nesses instantes, aquela pegada e aquele espírito vencedor.
Kleina, em minha opinião, comete erros de cálculo: ora, se Alan Kardec teve de sair por contusão, o mais lógico seria deslocar Leandro para a sua posição e mais Vinicius, autor de pouquíssimos gols em sua carreira. Elementar, meu caro Kleina.
c) Bruno- já vou avisando que não cometeu nenhum frango ou falha gritante, entendido? Mas tenho a impressão que o gol do Ituano, que a bola chutada de longe por Marcelinho era defensável. Pelo menos para Fernando Prass, seria.
d) O time: pode não ter faltado vontade, mas inspiração, ah, essa não existiu. E viver só de transpiração, mesmo assim não tão intensa quanto requer uma decisão, ah isso quer dizer que a inspiração andou em baixa.
E isso não é coisa de Palmeiras.
2- Santos e Ituano decidirão, em dois jogos, o título de campeão paulista de 2014. Na vitória do Santos sobre o Penapolense, por 3 a 2, quem brilhou mesmo foi a estrela de Oswaldo de Oliveira: quando Santos perdia por 2 a 1, Oswaldo lançou Rildo que, logo fez a jogada para o gol de Leandro Damião; depois, tirou o próprio Damião para fazer entrar em campo o menino Stéfano Iuri que, em seu primeiro toque na bola, marcou o gol da vitória santista.
Estrela e competência.
E agora lá vai o Santos em busca de mais um título paulista, a decidir com o Ituano, levando a condição de franco favorito.
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