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Blog do Roberto Avallone

A insustentável leveza do (ser) futebol

Roberto Avallone

25/02/2014 04h05

A cada situação trágica envolvendo torcedores, como esses do Santos espancados por torcedores organizados do São Paulo, fica a triste constatação da morte por motivo fútil e, ao mesmo tempo, que já ficou para trás, muito para trás, a sensação do romantismo que o futebol um dia já nos proporcionou.

Irremediavelmente.

Não é uma cena ou outra, algo isolado, que já seria deplorável. Toda semana surge uma notícia como essa, em todo o Brasil, de ações de organizadas de quase todos os clubes. Já não espanta, comove por um certo tempo, depois tudo é atribuído ao reflexo da sociedade e as punições são raras ou pequenas.

Sei que, quando criança, adorava ir ao estádio. Costumava chegar bem cedo para apanhar lugar no meio do campo na geral (hoje arquibancada) do Pacaembu só para a não perder nenhum lance de ataque de um time ou do outro. Ah, como era bom!

E depois do jogo, sabia que iria chegar inteiro em casa. De ônibus ou de caminhão (que fazia espécie de lotação) podia encontrar amigos que torciam por vários clubes, disposto a brincar com eles se meu time ganhasse; preparado para ser "zoado", em caso de derrota.

Tudo na boa. Sem estiletes, sem barras de ferro, sem pedaços de pau.

Continuo gostando- e muito- de futebol. Mas não aconselho meus filhos a irem ao estádio. Nem mesmo a adolescente de 16 anos, que começa a descobrir a paixão pelo jogo da bola.

Será que em função disso, a de outros pais terem a mesma postura, que os estádios estão cada vez mais vazios?

Não tenho a solução para o problema. Que os deuses iluminem a quem de direito para enxotar o vandalismo dos estádios, das ruas, das cidades.

Desconfio, no entanto, que torço por uma utopia. E que o que já passou, passou.

Pena! Era tão gostoso…

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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