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Blog do Roberto Avallone

Duro contraste: dor e festa no futebol

Roberto Avallone

28/11/2013 02h53

1- A tragédia e a dor da perda tomaram conta do futebol durante quase toda a terça-feira. Começou com o terrível acidente na Arena Corinthians, onde desabou o guindaste que transportava a última peça da cobertura do belo estádio, levando embora duas vidas- a de Fábio Luiz Pereira e Ronaldo Oliveira Santos– e aterrorizando a todos que presenciaram a cena.

Agora, não se sabe exatamente quando será concluída a obra, embora exista o cálculo otimista que tudo estará acabado em dois meses e que não há o menor risco de o estádio deixar de ser o da abertura da Copa do Mundo.

Fotos: Divulgação/ Arte: Valéria Simeão

Fotos: Divulgação/ Arte: Valéria Simeão

E já no fim da tarde, outra notícia triste: acabara de morrer aos 88 anos, Nílton Santos, com justiça apelidado "A Enciclopédia do Futebol", eleito pela FIFA como o maior lateral- esquerdo do mundo em todos os tempos. Para a FIFA, Nílton foi o fenomenal jogador; para a torcida do Botafogo ele era maior do que isso, pois era ídolo da Estrela Solitária, seu fiel representante- e ídolo assim, sabemos, não tem limite e nem especificação.

Difícil falar de Nílton em poucas linhas. Bicampeão do mundo pela Seleção Brasileira (1958 e 62), carreira recheada de histórias, a vida da "Enciclopédia do Futebol" melhor caberia em um livro. Só para relembrar algumas passagens tem aquela em que decidiu ir ao ataque no jogo de estreia do Brasil em 58, na Suécia contra a Áustria. O técnico Vicente Feola gritou: "Volta Nílton, voltas Nílton!". Mas Nilton não voltou , tabelou com Mazzola  e arrematou  para as redes.

Feola aplaudiu.

Ah, e tem aquela outra em que, depois de cometer pênalti sobre um atacante espanhol, no bicampeonato de 62, no Chile, Nílton Santos deu dois passinhos para a frente, levantou os braços, postou-se na linha da grande área. E o juiz deu apenas falta.

Bem, não poderia faltar aquela que ele revelou tempos depois: a recomendação para o Botafogo contratar aquele rapazinho das pernas tortas que, em treino- teste, ousara enfiar a bola entre suas pernas. "Melhor a gente ter esse cara no nosso time do que jogando contra nós", argumentou Nílton Santos, impressionado com a caneta que levara.

E assim se tornou amigo leal do "Cumpadre Mané", o Mané Garrincha, fenômeno de nosso futebol.

Além de craque, usando a expressão do próprio Mané, "A Enciclopédia" também era gente boa.

FACE FLAMENGO E PONTE

Fotos:Julio Cesar Guimaraes/UOL
/Rodrigo Capote/UOL

Fotos: Paulo Sérgio/ Marcos Ribolli

2- O momento da festa, pois vida que segue, chegou no fim da noite para duas torcidas: para a imensa massa rubro-negra, com o Flamengo batendo o Atlético Paranaense, por 2 a 0 (gols de Elias e Hernanes), tornando-se o campeão da Copa do Brasil (pela terceira vez em sua História) e fazendo do Maracanã um só delírio; e para a fanática torcida da Ponte que testemunhou o empate de sua equipe diante do São Paulo (1 a 1, gols de Leonardo e Luís Fabiano), resultado que classificou "A Veterana" (foi fundada em 1900) para final da Copa Sul- Americana. Contra o argentino Lanus ou o paraguaio Libertad.

Sobre o Autor

Sou Roberto Avallone, jornalista esportivo há mais de 45 anos. Primeiro o jornal, depois o rádio; mais tarde a TV. E finalmente, a tal da internet. Troquei a velha Remington - de som marcante e inspirador - pelo mouse e teclado. Seja qual for o meio, seja qual for o ano corrente, lá estarei eu falando sobre minha grande paixão: o futebol. Tem gente que gosta do que faz. Eu faço o que gosto. A diferença parece sutil - mas não é, e faz toda a diferença. Palpitem, opinem, contestem, concordem e discordem neste blog democrático. Não prometo atualizações minuto-a-minuto, nem respostas a todas as perguntas, mas tenham a certeza de que lerei todas elas e darei o meu melhor em matéria de informações, bastidores e memórias. Sejam bem vindos, caros amigos futeblogueiros.

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