Palmeiras, o provável desfecho da briga pela Arena
Depois de escancarada a briga entre o Palmeiras e a construtora W Torre pela Arena, com fortes declarações do dono da construtora, Walter Torre, e a rebatida do presidente do clube, Paulo Nobre, as apostas são as de que o caso vá parar mesmo na Arbitragem. Mas tenho minhas dúvidas: não por camaradagem, pois os ânimos estão acirrados, mas pela necessidade de não arruinar de vez o negócio previsto para longos 30 anos, ainda acredito em acordo.
De um lado, a construtora supostamente com o trunfo de um contrato assinado e que lhe daria garantias. De outro lado, o Palmeiras- que estaria de posse de gravações e documentos da época em que o contrato foi apresentado para os conselheiros- com o apoio do Conselho Deliberativo e do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) ao presidente Paulo Nobre em sua missão de não abrir mão do que se garante foi acordado à época: na Arena, dez mil cadeiras seriam da construtora e as restantes 33 mil e poucas (com a diminuição dos assentos previstos) teriam seus ingressos vendidos pelo clube, nos jogos de futebol.
"Senti tudo muito tranquilo quanto à nossa razão no caso, inclusive na avaliação dos advogados. Era isso mesmo que se comentava na época"- disse-me Seraphin Del Grande, um dos mais antigos e respeitados conselheiros do Palmeiras, que participou da reunião de segunda-feira à noite no Conselho Deliberativo.
(Nesta reunião, assim como deve ter sido feito no COF, em reunião extraordinária da última quinta-feira, foi passada aos conselheiros a opinião de um advogado de renomado escritório de advocacia que vê boas chances de o Palmeiras ganhar a causa mesmo se tudo for parar na Arbitragem).
Pelo lado da construtora, no entanto, a visão parece ser outra. E ao dizer que "a Arena é toda minha"– frase que teve o efeito de um soco no fígado da torcida palestrina- acredito até que o dono da construtora quis se referir aos assentos, respaldado pelo tal contrato de 30 anos (que, segundo o jornal Folha de S. Paulo- quando denunciou a divergência- o contrato era omisso quanto ao número de cadeiras que caberia a cada parte) e pela dedução que todas as propriedades do estádio seriam dele, do investidor, durante o arrendamento.
Uso de superfície.
Mas o Palmeiras, dono do terreno e que receberá porcentagens dessas propriedades, não é sócio, ainda que minoritário, do empreendimento? Logo seria dono também, pois não?
A construtora conta com o apoio de um empresário disposto a servir como "algodão entre os cristais", na tentativa de conciliação entre as partes, buscando, inclusive a opinião de especialistas jurídicos. A tendência de vitória de um lado ou de outro serviria como trunfo para uma ação mais ou menos radical ou mais suave.
Por tudo que ouvi, creio que ainda há espaço para um acordo. Mas a briga está feia.
Trata-se de um imbróglio considerável. E que envolve grana e sonhos.
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