Eis o que há contra Pato no Corinthians.Palmeiras, justiça ao grande Oberdan
1- Há um mistério sobre uma certa rejeição a Pato no Corinthians. Por acaso, ao sair do jantar em um restaurante famoso e querido, ouvi a versão de um funcionário da Trattoria que me pareceu lógica e nem um pouco inédita: é basicamente por uma questão de ciúmes em relação ao salário que recebe o atacante que custou 40 milhões de reais.
Eis a versão que me foi passada pelo manobrista e segurança, de longos bigodes e todo o Corinthians no coração: "O Andrés (Sanchez) esteve aqui, há uns 20 dias e cantou a bola: o time pode sofrer um retrocesso porque alguns jogadores não estão satisfeitos de terem vencido tudo e chegar um outro (no caso, Pato), ganhando muito mais do que eles".
Foi simples e direto, dizendo, ainda, que supostamente o salário giraria em torno dos 700 mil reais mensais.
Não acredito em corpo mole, apesar da insatisfação, e nem que esse seja o único motivo. O que pode acontecer- e o futebol registra inúmeros casos do gênero-é a falta da antiga determinação por parte dos enciumados, que pode ser até inconsciente, além do estilo pacato de Pato, que fica na dele, todo estilo europeu, e que não se envolve com volúpia nas vitórias e nem chora as derrotas.
Se fosse apenas pela grana, Ronaldo "fenômeno" também teria despertado lamúrias, pois ganhava muito mais do que os outros. Só que Ronaldo resolvia com seus gols, levava bom dinheiro de patrocínio ao clube (o que favorecia, claro, os demais jogadores) e o Corinthians ainda não tinha vencido tudo, da Libertadores ao Mundial.
Como li aqui mesmo no UOL, no texto do blogueiro Neto, algo sobre a ciumeira de jogadores por Pato, a informação do amigo manobrista veio a calhar para explicar as razões de narizes torcidos por Pato.
Que também, como quase tudo na vida, não há de ser irreversível.
2- Em minha opinião, creio ser justa a homenagem que o Palmeiras deve fazer ao grande Oberdan Catani, dando a ele o busto que fez por merecer. Havia uma resistência, em outras épocas, a esse busto, pois esse reconhecimento era oferecido apenas a jogadores- no caso, Junqueira, Waldemar Fiúme e Ademir da Guia– que encerraram a carreira no clube, depois de muito serviço prestado. E Oberdan, já veterano, acabou jogando no Juventus.
Ora, e daí? Ele pode ser uma exceção, sim, pois dedicou 15 anos de suas defesas primeiro ao Palestra Itália, em seguida ao Palmeiras, quando o clube foi obrigado a mudar de nome em função da Segunda Grande Guerra Mundial.
Pessoalmente, este blogueiro teria até suas razões para não ligar tanto para Oberdã, que contra ele votou em uma reunião (não sei se simbólica ou não), nos meados dos anos 90 para considera-lo "persona non grata" ao clube. Ah, não, não levo isso em conta.
Vale mais a justiça a quem sempre serviu com devoção e a competência de suas enormes mãos ao clube. E vale ainda mais a emoção com que meu pai me falava das façanhas do goleiro, seu grande ídolo. Isso tem preço?
Que Oberdan seja imortalizado em busto, por mera justiça. Lá em cima, creio, o palestrino Waldemar, meu pai, ficará feliz.
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