Palmeiras, uma paixão de 99 anos: eis os melhores que vi jogar. E um pouco mais da lenda Gylmar
Considerado o Campeão do século passado, agora tentando voltar à elite, livrar-se das dívidas, habitar a nova Arena e sonhar com um time à altura de suas tradições, o Palmeiras completa nesta segunda-feira 99 anos de vida. E já entra em contagem regressiva para o seu Centenário.
Que tal escalarmos os melhores jogadores que vestiram esse manto sagrado ao longo dos tempos. Começo, antes de palpitar sobre a equipe que considero a ideal, já vou fazendo menções honrosas para alguns não escolhidos, como o goleiro Waldir Joaquim de Moraes, o centroavante Evair e até para os que não vi direito em ação como Waldemar Fiume– o Pai da Bola- ou o goleiro Oberdã Catani– ídolos do meu pai.
Bem, vamos lá para a escalação dos que vi em campo: Marcos, Djalma Santos, Luís Pereira, Djalma Dias e Roberto Carlos; Dudu, Ademir da Guia e Jair Rosa Pinto; Julinho, Mazzola e Rivaldo– este, deslocado para a ponta-esquerda.
O título mais importante? Bem, em minha opinião, o jogo que, pequenino, recém-saído das fraldas, ouvi no velho rádio de meu avô português, Francisco, a transmissão empolgada de quem narrou a consumação dessa conquista: a Copa Rio de 1951, competição que, na época era considerada um campeonato mundial entre os clubes.
E coletivamente, cito a Academia dirigida por Filpo Nuñes, campeã do Rio- São Paulo de 1965 (na época, torneio dos mais respeitados), que jogava o que a torcida chamava de "fino da bola": Waldir; Djalma Santos, Djalma Dias, Carabina e Ferrari; Dudu e Ademir da Guia; Gildo, Servílio, Tupãzinho e Rinaldo, sendo que havia um décimo-segundo jogador, o atacante Ademar Pantera, que mesmo entrando sempre no segundo tempo foi o artilheiro da competição.
Bem, esses são alguns dos heróis desses quase 100 anos.
E o seu time ideal, amigo, qual é?
UM POUCO MAIS DE GYLMAR, A LENDA
Ao falar um pouco mais sobre Gylmar dos Santos Neves– que deu adeus a este mundo no último domingo- o melhor goleiro brasileiro que vi jogar, uma curiosidade: ele brilhou mesmo no Corinthians, no Santos, na Seleção Brasileira com sua elasticidade, sua frieza, no sempre levantar a cabeça quando acontecia alguma falha. Nas grandes fases, era o chamado "paredão".
E a curiosidade vem por conta do aniversariante do dia. Por uma noite, Gylmar vestiu o uniforme do Palmeiras, embora não tivesse entrado na partida. Foi numa excursão ao Exterior quando Palmeiras e Santos se encontraram na mesma cidade para um daqueles amistosos tão comuns na época e um dos goleiros palmeirenses- não me lembro, agora, se Waldir ou Rosã- se machucou e a equipe ficou sem reserva para o gol.
E eis que Gylmar, solidário, topou ficar no banco de reservas para qualquer eventualidade.
E o fez, com altivez e com a mesma pose e a mesma elegância de quem nasceu para ser campeão. E lenda.
OBSERVAÇÃO: Para quem não viu o Programa "Loucos por futebol" na ESPN com os amigos , Marcelo Duarte, Celso Unzete e Eduardo Monsanto, em homenagem aos 99 anos do Palmeiras, do qual tive o prazer de participar, eis um trechinho :
http://www.espn.com.br/video/350948_loucos-por-futebol-celso-unzelte-canta-o-hino-do-palmeiras-sp
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